“O projeto de criação da Universidade Mundial de Segurança e Desenvolvimento Social, com sede na Bahia, já possui musculatura institucional e programática para que possamos dizer à Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro próximo, que o Brasil tem interesse em sediar essa universidade”. A avaliação foi feita pelo governador Jaques Wagner durante reunião sobre o tema na tarde desta segunda-feira (29), na Governadoria, em Salvador.

No encontro foram discutidas estratégias de articulação de apoios e finalização do projeto com representantes do Ministério das Relações Exteriores, do Supremo Tribunal Federal (STF), do Ministério Público Estadual, acadêmicos e os secretários estaduais de Relações Internacionais e Agenda Bahia, Fernando Schmidt, e da Segurança Pública, Maurício Barbosa.

O governador disse que apresentou uma síntese do projeto à presidente da República, Dilma Rousseff, quando esteve na Bahia, na quarta-feira da semana passada (24), e que ela incentivou a continuidade dos trabalhos.

A proposta de criação da Universidade Mundial de Segurança e Desenvolvimento Social, chancelada pela Organização das Nações Unidas (ONU), tem o objetivo de produzir estudos, sob uma perspectiva multidisciplinar, para subsidiar políticas governamentais relacionadas à prevenção e ao controle da criminalidade e também ao fomento do crescimento social justo e sustentável.

Premissas 

O Grupo de Trabalho Interinstitucional (GTI), integrado por representantes de instituições estaduais, nacionais e internacionais, tem discutido premissas e propostas para a universidade. Entre as premissas estão a desconstrução da ideia de que a segurança pública é responsabilidade exclusiva das polícias, o reconhecimento do caráter transnacional das ações de combate ao crime organizado – tráfico de pessoas, drogas e armas de fogo – e o endosso aos princípios da política brasileira de segurança pública.

Em suas atividades de pesquisas, cursos de doutoramento, mestrado, especialização e aperfeiçoamento profissional, a universidade deverá também incentivar a atuação dos poderes e instituições de forma articulada, intersetorial, interinstitucional, federativa e com participação social no combate à violência e ao crime, com a adoção de políticas de desenvolvimento social inclusivo.

Das discussões desta segunda-feira participaram o procurador-geral de Justiça, Wellington César Lima e Silva, e o promotor de Justiça, Geder Gomes, o ministro Sílvio Albuquerque, representando o STF, o secretário da Coordenação Geral de Combate aos Ilícitos Transnacionais do Ministério das Relações Exteriores, Pedro Fontoura, os consultores Edmundo Oliveira, Emílio Viano, Naomar Almeida, Isabel Lima e Celso Castro. O GTI terá nova reunião em agosto, no Ministério de Relações Exteriores, em Brasília.