Ícone da educação no Brasil, por ser uma das iniciativas mais inovadoras da América Latina quando foi criada na década de 1950, a Escola Parque, em Salvador, nomeada de Complexo Educacional Carneiro Ribeiro, administrado pela Secretaria de Educação do Estado da Bahia, ganhará até setembro um projeto de visitação dirigida gratuita. Com isso, professores, estudantes, pesquisadores e demais visitantes agendarão visitas para conhecer in loco a arquitetura, a história e as obras de arte que compõem o complexo idealizado pelo educador baiano, consultor da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e um dos fundadores da Universidade de Brasília (UnB), Anísio Teixeira (1900-1971).

Para entender melhor o conceito de visitas guiadas, professores da Escola Parque participaram, nesta semana, do projeto ‘Visitas Guiadas ao Palácio Rio Branco’, idealizado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), em parceria com a Fundação Pedro Calmon, ambas, instituições da Secretaria de Cultura do Estado (Secult). A iniciativa faz parte do projeto de educação patrimonial do Ipac e conta com a parceria da Secretaria da Educação, como resultado de um convênio que prevê ações transversais entre as duas secretarias.

Durante a visita ao Rio Branco, mediada pelo museólogo e coordenador do Memorial dos Governadores, Eduardo Fróes, os professores conheceram os ambientes do palácio, com informações sobre arquitetura, estilos e história. “Contextualizamos a edificação com o processo de fundação da cidade, a chegada de Tomé de Souza, passando por vários acontecimentos políticos relevantes”, afirmou Fróes.

Professores que já conheciam o Rio Branco experimentaram novo exercício didático, com novos conceitos e informações. “Tive explicações específicas, às quais não tinha acesso antes. Assim, pudemos ter ideia de como o projeto visitas guiadas será na Escola Parque”, disse a professora Maria Augusta Silva.

Patrimônio cultural

Além de possuir painéis e murais de grandes artistas do modernismo brasileiro nas artes plásticas, a Escola Parque teve suas edificações especialmente projetadas pelo renomado arquiteto e urbanista baiano Diógenes Rebouças. O complexo de prédios da Escola Parque é tombado, via Ipac, como Patrimônio Cultural da Bahia desde 1981.