Festa da Boa Morte, em Cachoeira, prossegue até este sábado

A força e o protagonismo das mulheres negras e de religiões de matriz africana são o destaque, mais uma vez, na Festa de Nossa Senhora da Boa Morte, no município de Cachoeira, a 120 quilômetros de Salvador. A secretária estadual de Políticas para as Mulheres, Lúcia Barbosa, e o titular da Secretaria Estadual do Turismo, Domingos Leonelli, participaram das atividades da festa, cuja programação prossegue até este sábado (17), atraindo religiosos e turistas do Brasil e do exterior.

Lúcia Barbosa visitou a Irmandade da Boa Morte, protagonista da festa e uma das mais importantes organizações religiosas do país. Formada por 26 integrantes, todas mulheres negras, a irmandade mantém viva a cultura de mais de 200 anos de sincretismo religioso, fraternidade e preservação das religiões de matriz africana.

Uma das integrantes é a ebomi Nice de Oyá, do Terreiro Casa Branca, assídua em todos as etapas da festa. Outro exemplo é a religiosa Maria da Silva, 58 anos, uma das mais novas participantes do grupo. “Fico feliz. Faço questão de ajudar a manter esta tradição”, disse, durante a procissão que percorreu as estreitas ruas da cidade histórica.

Entre as iniciativas voltadas à promoção e articulação de políticas nas áreas de gênero e raça no território baiano, estão o reforço à atuação do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher (CDDM) e do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra do Estado da Bahia (CDCN), a realização de conferências e a implantação da Rede de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa, além de campanhas e outras iniciativas de visibilidade e valorização deste público, a exemplo da publicação Mulheres de Axé, lançada este ano, com apoio do governo estadual.