A Cesta do Vale, com farta diversidade de produtos agroecológicos e orgânicos, é a grande conquista dos 20 pequenos produtores do Vale do Itamboatá, do município de Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador. Sem química, eles produzem maracujá, mandioca, milho, abóbora, banana e uma variedade de hortifruti. O grupo é atendido pela Fundação Terra Mirim, uma das entidades beneficiadas pela Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) com o edital 17/2010, que investiu R$ 2,5 milhões para apoio a vários projetos de incubadoras ambientais.

Os resultados dos trabalhos de 20 pequenos produtores do Vale do Itamboatá foram apresentados, nesta terça-feira (3), durante o Seminário de Partilha, promovido pela Fundação Terra Mirim, que executou o Projeto Incubadora Ecosolidária (produção agrícola). Realizado na Casa do Sol, à margem da rodovia BA 093, Km 07, o evento reuniu dirigentes da Terra Mirim e representantes da Prefeitura de Simões Filho.

Valorização

 “Esse resultado que nós conquistamos em nossas culturas deve ser valorizado por todos. Se antes não sabíamos o que fazer com a nossa produção, agora temos como escoar os nossos produtos a preços justos”, destaca Sandra Santos de Santana, a Lora do Quilombo de Dandá. Neta de ex-escravo, hoje líder comunitária, Lora diz que planta maracujá e aipim com sustentabilidade. No quilombo onde mora, com mais 48 famílias, mandioca, banana, coco, abacate e batata doce são culturas mais que tradicionais.

Para Maria DAjuda, de Palmares, os resultados conquistados entre julho de 2011 e maio de 2013 foram ótimos. “Já estou até juntando um dinheirinho com a venda dos meus quiabos e dos meus maxixes para poder comprar o meu carro”, disse, orgulhosa. A líder do grupo Palmares, Ana Paula, propôs que os jovens dessas comunidades sejam os próximos beneficiados por projetos desta natureza. “Eles precisam ser motivados a continuar lidando nas mesmas tarefas dos pais”.

Evolução empreendedora

Para Tatiane Reis, coordenadora de Fomento e Divulgação da Superintendência de Economia Solidária da Setre, é gratificante ver os resultados obtidos pelos empreendimentos a partir do apoio recebido. “Nestes quase dois anos de existência do projeto, percebemos a evolução empreendedora dos quatro grupos atendidos, que adquiriram mais conhecimento técnico, comercial e administrativo. Esse crescimento e aperfeiçoamento é o sentido da política pública desenvolvida por nossa secretaria”, afirma.

Segundo a gerente da Incubadora EcoSolidária, Lia Bianchi, a Fundação Terra Mirim valorizou, neste projeto do Governo do Estado, o investimento na cadeia de produção dos alimentos. Os recursos foram aplicados desde a produção até a comercialização, passando pela assistência técnica especializada. Coletivamente, foram atendidos os Mãos Unidas, Produtores Solidários, Quilombo Solidário e o Terra Mirim.

O projeto chegou a quase R$200 mil, recursos da Setre que contou com as parcerias da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) e das secretarias do Meio Ambiente (Sema) e de Tecnologia e Inovação (Secti).