Estudantes, professores e gestores do Centro Educacional Carneiro Ribeiro Escola Parque, no bairro da Caixa D’Água, em Salvador, vivenciaram um dia diferente nesta quinta-feira (19). Com a palestra ‘Contribuições de Anísio Teixeira para a Arte Moderna na Bahia’, ministrada pela professora do curso de Comunicação Social da Universidade Católica do Salvador (UCSal), Juciara Nogueira, a unidade iniciou as comemorações pelos seus 63 anos, que oficialmente acontece neste sábado (21).

No rol do teatro da instituição, uma exposição de telas, produzidas pelos estudantes, também integra os festejos. “Os 63 anos vêm para validar o compromisso dessa unidade com a comunidade, mostrando que uma escola de qualidade necessita trabalhar em parceria com todos que estão no seu entorno. Temos equipes gestoras movimentando a educação e trabalhando para que tenhamos o sucesso desejado”, disse o diretor Gedean Ribeiro.

Nesta sexta (20), a comemoração continua com a apresentação artística ‘Roda Gira Arte’. O espetáculo, que se expande para todas as escolas que compõem o Centro Educacional Carneiro Ribeiro, é uma produção do Núcleo de Pluralidade Artística da Escola Parque e busca apresentar vários aspectos da cultura brasileira.

A coordenadora do Núcleo, Silvana Pereira, explica que a cultura brasileira está sendo trabalhada “por conta dos eventos internacionais que serão realizados no Brasil. Queremos debater a visão que o estrangeiro tem do país e mostrar o que temos de forte, que é a nossa cultura. Com isso, também resgatamos a nossa autoestima".

Celebração coletiva

Comemorando entre as colegas, a professora de língua portuguesa Railza de Lima Fernandes, há três anos atuando na Escola Parque, considera que comemorar 63 anos da unidade significa a concretização de um sonho do exercício pleno da docência. “O professor, aqui, tem uma oportunidade cotidiana de vivenciar a sua prática com dignidade e com prazer ao ver, por exemplo, um retorno imediato de um trabalho que se realiza, no qual a aprendizagem é permeada pelo lúdico”.

A coordenadora do Núcleo de Projetos Especiais, Valdenice Santos, há 15 anos na unidade, onde já ocupou o cargo de vice-diretora e coordenadora geral, parabenizou a instituição. “O Governo do Estado revitalizou a nossa escola, que voltou a ser o que era – uma instituição preocupada com a qualidade de ensino, que faz um importante trabalho de acolhimento da comunidade, das famílias, incluindo as atividades com os idosos”.

Aluna da turma de ginástica da melhor idade, do Núcleo de Projetos Especiais, Julieta Marques da Silva, 79 anos, é a prova desse resultado pedagógico. Estou no grupo desde 2007 e, desde então, minha vida mudou completamente. Sinto que minha saúde teve uma melhora grande e meu astral também. Tinha hipertensão e artrose. Acabou tudo. Só posso dizer que desejo vida longa para essa escola maravilhosa, contou, sorridente.

Júlia de Oliveira, 88, também afirmou ter tido a vida transformada desde que entrou para o grupo de ginástica, há seis anos. “Estou muito feliz de estar aqui. Quando eu ficava em casa, sem me exercitar, minhas pernas viviam duras, os joelhos nem mexiam mais. Hoje, já ando e me sento com mais facilidade”.

Unidade

A Escola Parque se constitui como um centro educacional que atua em paralelo com outras oito escolas da região, na perspectiva da educação integral, com idealização do educador Anísio Teixeira. Possui 3.300 estudantes e se destaca por ter sido a primeira unidade de ensino em tempo integral do país e pelo seu envolvimento com a comunidade.

Em um período, os alunos têm todas as disciplinas do núcleo comum, como matemática, português, geografia, e, no outro turno, têm acesso a outras atividades, oferecidas pelos núcleos de informação, comunicação e conhecimento, de pluralidade esportiva, de artes visuais, de jardinagem, de alimentação e de projetos especiais.