Em evento realizado nesta quinta-feira (19), que reuniu autoridades, empresários e imprensa, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), apresentou um balanço do primeiro ano de atuação do Parque Tecnológico da Bahia, que deverá ganhar ampliação no próximo ano, com a implantação da Escola de Iniciação Científica e Parque Ambiental e ter, até dezembro próximo, 39 empresas.

Segundo o secretário Paulo Câmera, a intenção é aumentar o espaço de convergência e integração científica e estimular a cooperação entre poder público, comunidade acadêmica e setor empresarial, com foco no desenvolvimento de produtos e processos que tenham impactos regionais positivos.

Neste período de funcionamento, o Parque Tecnológico da Bahia reuniu no mesmo ambiente os principais agentes dinamizadores voltados à geração de ideias e soluções criativas. No Tecnocentro, primeiro prédio construído, 450 profissionais estão contratados nas 26 empresas que atuam no desenvolvimento de projetos de pesquisa em áreas diversas, como hardwares e softwares, aplicativos para mobile, entre outros. Até dezembro, mais 13 empresas e instituições de pesquisa estarão instaladas.

Ambiência científica

“O Parque Tecnológico vem cumprindo seu papel de dinamizar o sistema de inovação estadual, agregando unidades avançadas das instituições de pesquisa e empresas de base tecnológica que trabalham com pesquisa aplicada e desenvolvimento de excelência. Estamos efetivamente construindo a ambiência científica na Bahia”, explicou Câmera. Ele disse ainda que “o espaço propicia a geração de empregos de alto valor agregado, além da criação de produtos e serviços inovadores, fomento a pesquisa científica, utilização das novas tecnologias e a retenção dos nossos talentos no estado”.

Laboratórios para desenvolver terapias gênica e celular

A próxima etapa de obras do Parque Tecnológico da Bahia contempla a implantação do Complexo de Equipamentos Dinamizadores, composto de infraestrutura laboratorial de ponta, Escola de Iniciação Científica, Espaço Interativo/Museu Mundo da Ciência e Parque Ambiental.

Com área aproximada de 26 mil metros quadrados, o Complexo abrigará em seus laboratórios a mais completa infraestrutura de Pesquisa Aplicada da Bahia nas áreas de biotecnologia, nanotecnologia, energias limpas, calibração de equipamentos, entre outros. O foco será a pesquisa em inovação, em um ambiente dotado de mecanismos eficientes de transferência de resultados para a indústria, iniciativas que garantem um grande potencial de emprego de alto valor agregado.

Os Laboratórios Compartilhados permitirá a cooperação científica entre instituições e pesquisadores e oferecerão suporte à pesquisa e ao desenvolvimento (P&D) em áreas como bioprospecção de produtos naturais da biodiversidade; produção de biofármacos; de kits para diagnósticos; de vacinas, terapia gênica e terapia celular; de soro regionalizado para acidentes por animais peçonhentos, atendendo às diretrizes da Política de Desenvolvimento da Biotecnologia (PDB) do país.

Todos os laboratórios propostos pelas Instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação, estão aptos a atender as normas técnicas do ISO 90 RLP e da RDC 17 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Vocações

Nos laboratórios, serão desenvolvidos projetos de pesquisa baseados nas vocações científicas do Estado, utilizando o potencial das riquezas da biodiversidade da Bahia, e também das atividades econômicas regionais. Os laboratórios especializados e compartilhados estão em processo de licitação para aquisição dos equipamentos científicos.

As principais instituições de pesquisa do país já formalizaram a intenção e encaminharam projetos de pesquisa aplicada para desenvolvimento nos laboratórios do Parque. Serão 13 plataformas nas quais estão incluídas 30 linhas de pesquisa que integram parceiros públicos e privados que atuarão em conjunto compartilhando equipamentos e laboratórios. O objetivo comum é fortalecer principalmente a rede de pesquisa das áreas de biotecnologia e saúde. Os Laboratórios Especializados estarão dedicados à saúde, energias limpas e nanotecnologia.

Entre as instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação que já encaminharam seus projetos estão as universidades Federal da Bahia (Ufba), Estadual de Feira de Santana (Uefs), Estadual de Santa Cruz (Uesc), Estadual do Sudoeste (Uesc), do Estado Bahia (Uneb), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (Ifba), Universidade Federal do Recôncavo Baiano (Ufrb), Escola Bahiana de Medicina, Petrobras, Coelba, Biocen do Brasil e Senai/ Cimatec, Cetene, Unicamp, FioCruz.

Unidade

Localizado na Avenida Paralela, o Parque possui uma área de 581 mil metros quadrados e está dividido em 83 lotes, sendo 22 públicos e 61 privados. O primeiro prédio do Parque Tecnológico da Bahia foi construído baseado nos princípios da construção sustentável e concebido para ser uma referência arquitetônica, urbanística e ambiental, a partir de um projeto com cuidadoso tratamento paisagístico que preserva a cobertura da Mata Atlântica e o seu relevo.