A população baiana passou para 14,3 milhões de pessoas em 2012, o que representa crescimento de aproximadamente 500 mil pessoas em relação a 2006 (13,8 milhões). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de 2012 divulgada pelo IBGE, no dia 27 de setembro, e avaliados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), vinculada à Secretaria do Planejamento (Seplan), que sintetizou os resultados. 

Conforme a pesquisa, a Região Metropolitana de Salvador (RMS) registrou o maior aumento populacional, passando de 3,4 milhões para 3,7 milhões de pessoas. Também foi verificado crescimento maior do número nas áreas urbanas, onde o percentual aumentou de 67,4% para 73,9%. 

Esgotamento sanitário

A Pnad constatou que o índice de domicílios sem qualquer tipo de esgotamento sanitário no estado diminuiu de 13,1% para 5,6%, com maior redução na zona rural, de 35,8% para 18,4%. Houve ainda aumento do percentual de domicílios com fossa séptica, de 11,5% para 12,8% -, destacando-se também a área rural, onde foi apurado que o índice saltou de 5,3% para 16,3%. 

Ainda segundo a pesquisa, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), os indicadores apontam melhora do saneamento básico, com redução do número de residências que não dispunham de esgotamento sanitário, as quais passaram de 2,2% (em 2006) para 0,8% (2012), o que evidencia os avanços no sentido de promover a universalidade do serviço na área.

Água e energia elétrica

No período, cresceu o percentual de domicílios com abastecimento de água via rede geral, que passou de 76,9% para 82,8%. Houve também aumento da quantidade de moradias que eram abastecidas por rede geral e tinham canalização interna, de 71% para 80,2%. A melhora do indicador foi constatada tanto no meio rural quanto no urbano, porém, mais uma vez, a zona rural se destacou entre os domicílios com canalização interna, passando de 41,5% para 65,8%.  

Entre 2006 e 2012, também foi apurado crescimento do percentual de domicílios com acesso à energia elétrica, de 92,8% para 98,6%. Esse aumento foi influenciado pelo aumento da disponibilidade do serviço na área rural, onde havia percentual de residências sem eletricidade significativamente maior em relação ao meio urbano, com o índice passando de 77,7% para 94,9%.

Segundo a Pnad, cresceu consideravelmente o número de domicílios que possuem geladeira na Bahia, de 70,3% para 90,3%, e na área rural, de 42,3% para 77,8%. Outros eletrodomésticos que passaram a ser mais utilizados são máquina de lavar (11,5% para 25,5%) e televisão (84,5% para 94,4%). 

Microcomputador e telefone

A pesquisa observou na Bahia e RMS, assim como no Nordeste do país, a mesma tendência de aumento do percentual de domicílios dispondo de microcomputadores e acesso à internet. No estado, em 2006, o percentual de domicílios com microcomputador era de 10,5%, o que passou para 31,6% no ano passado. 

Em relação à telefonia, foi registrado aumento do número de domicílios com apenas telefone celular de 21,6% para 76,4%. O dado contrasta com a redução do índice de domicílios que tinham somente telefone fixo, os quais eram 8,3% e passaram para 1,9%. Já o percentual de domicílios com telefone fixo e celular subiu de 20,2% para 26,6%.  

Segundo o diretor de pesquisas da SEI, Armando Castro, o aumento da posse de bens duráveis na Bahia é resultado de medidas governamentais, como a ampliação da rede de energia elétrica nas zonas rurais do estado associada ao crescimento da renda das famílias baianas, além dos incentivos fiscais ao consumo de produtos industrializados.

Educação e trabalho

Ainda conforme a Pnad, diminuiu na Bahia o percentual de pessoas de 15 anos ou mais que eram analfabetas, de 18,6% para 15,9% no período analisado. A pesquisa observou que o analfabetismo está concentrado nas idades mais avançadas – 40 anos ou mais -, com 25%, entre 25 e 39 anos (7,7%) e de 15 a 24 anos (1,8%). 

Segundo a pesquisa, a população inativa do estado passou de 4,3 milhões para 5 milhões (crescimento de 17,4%) enquanto a população economicamente ativa  (PEA) cresceu 1,1%. A redução da PEA resultou da desocupação diminuindo em 2,4% e o número de ocupados aumentando em 1,4%, o que resultou na redução da taxa de desemprego de 9,2% para 8,9%. 

O número de pessoas ocupadas na faixa de rendimento de até meio salário mínimo, no Brasil, diminuiu 12%, ao passo que o número de pessoas que recebem entre 3 e 5 salários mínimos aumentou 48% entre 2006 e 2012. A Bahia segue a tendência nacional, com o número de pessoas ocupadas recebendo entre três e cinco salários mínimos, crescendo 49% no período, em detrimento de faixas de rendimento inferiores.