O Grupo Especializado de Repressão aos Crimes por Meios Eletrônicos (GME), da Polícia Civil, desarticulou um esquema fraudulento que causou um prejuízo de aproximadamente R$ 10 milhões à operadora de telefonia Oi. Reginaldo Cavalcanti Ramos, de 57 anos, Valmir Batista dos Santos, 44, e Marcelo Florentino de Oliveira, 36, trabalhavam como técnicos em empresas terceirizadas que prestam serviços à Oi e foram presos na manhã desta segunda-feira (14), em cumprimento a mandados de prisão, expedidos pela 1ª Vara Crime. 

O trio foi apresentado à imprensa na tarde desta segunda (14), no auditório do edifício-sede da Polícia Civil, pelo delegado Charles Leão, coordenador GME, que comandou as investigações iniciadas em 2012. 

O inquérito que apura a fraude já tem três mil páginas e este número deverá aumentar, uma vez que o delegado pretende ouvir os proprietários de empresas que compravam o ‘serviço’ e teriam se beneficiado com o esquema. 

Utilizando recursos de alta tecnologia, os criminosos conseguiam invadir, por meio das centrais telefônicas da própria Oi – às quais tinham acesso livre por conta da atividade que exerciam -, o sistema financeiro da empresa. Das quatro grandes centrais telefônicas da Oi instaladas em Salvador, os técnicos invadiram três, nas regiões de Roma, Campinas de Pirajá e Américo Simas.

Links de Internet

Neste instante, o grupo alterava, para baixo, os valores das faturas dos serviços oferecidos. Uma conta de R$ 200 mil, por exemplo, era reduzida para R$ 100, dentro do esquema. O trio ofereceu a mais de uma centena de empresas, em todo o estado, links de Internet com grandes velocidades e baixo custo, mediante pagamento de propina.

As empresas beneficiadas abriam pequenos provedores de Internet e ofereciam o serviço para moradores das regiões próximas às suas sedes. Todas as empresas envolvidas no esquema serão ouvidas e os responsáveis podem responder por lavagem de dinheiro, estelionato, formação de quadrilha, interceptação de dados e evasão fiscal. 

Apenas Marcelo, que mora no bairro Plataforma, já tinha passagem pela polícia por envolvimento em um crime semelhante, em 2007. Reginaldo, morador da Ribeira, havia se aposentado pela empresa para qual trabalhava há pouco tempo. 

Os dois e Valmir, residente no bairro Ilha de São João, vão ficar custodiados na carceragem da Coordenação de Polícia Interestadual (Polinter).