Pessoas em situação de rua, integrantes de movimentos sociais, servidores públicos, representantes do Ministério Público, policiais civis e militares participaram nesta quarta-feira (13), no auditório da Defensoria Pública, no bairro do Canela, em Salvador, do Seminário Rede Pop de Rua, promovido pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, por meio de uma parceria com a Organização dos Estados Ibero-Americanos para Educação, a Ciência e a Cultura -OEI.

O objetivo foi discutir o Guia de Serviços para a população em situação de rua, em construção em todo o país, e também trocar experiência entre gestores, a população em situação de rua e diversos profissionais que trabalham com o tema. Na etapa baiana, foi feito um balanço da situação da população de rua de Salvador. 

A partir dos problemas apontados, o Guia de Serviços apresentará novos rumos para o trabalho de assistência à população que vive nas ruas da capital. A secretária estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte em exercício, Olívia Santana, enfatizou o desafio de oferecer direitos culturais, econômicos e educacionais para essa população.

Qualificação 

Ela destacou algumas medidas já adotadas pelo Governo do Estado para mudar a realidade da população em situação de rua, a exemplo do Programa Bahia do Trabalho Decente, executado pelo em parceria com instituições de trabalhadores e patronais. “Na construção da Arena Fonte Nova, conseguimos qualificar e oferecer emprego para 60 moradores de rua. Esse pessoal teve de volta a sua dignidade e a sua autoestima. Foi o resgate da cidadania. Sabemos que o desafio é grande, mas já é uma importante contribuição para diminuir este débito social”, disse Olívia. 

Um dos coordenadores do Movimento População de Rua, Luiz Claudio Gouveia, disse que o movimento surgiu no Brasil em 2004 e que, em Salvador, ele se fortaleceu nos últimos três anos. São pelo menos quatro mil moradores de rua espalhados em pontos crônicos como Praça das Duas Mãos (Comércio), Aquidabã e Largo do Tanque. A maioria vive fazendo bico lavando carros, trabalhando com reciclagem e guardando veículos na região do centro ou na Barra.

O coordenador da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Carlos Alberto Ricardo Junior, que está responsável pelos trabalhos de construção do Guia, disse que o resultado final – a confecção de um livro -, é o menos importante. “Esses encontros que estamos realizando em várias cidades do país, o processo de construção desta rede é que têm nos deixado satisfeitos. Estamos ouvindo todos para que possamos garantir inclusive a inclusão desse pessoal com conquistas históricas, principalmente o acesso à mudança de cultura”.