O custo da cesta básica subiu levemente em Salvador, no mês de outubro, com variação de +0,24% em relação ao mês anterior. Assim, ela passou de R$ 256,16, em setembro, para R$ 256,78, no último mês.

A cesta de Salvador passou a ser a terceira mais barata dentre as 18 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Durante seis meses seguidos, ela ficou na segunda posição. A cesta básica pesquisada em Salvador é composta de 12 produtos.

A variação do custo dos alimentos básicos nos últimos 12 meses (de novembro de 2012 a outubro deste ano) registra alta de 15,15% em Salvador. No acumulado de janeiro a outubro deste ano a alta acumulada é de 13,06%.

A leve alta no custo da cesta básica resultou numa pequena redução do poder de compra do trabalhador soteropolitano que ganha um salário mínimo. Esse trabalhador comprometeu 41,17% de seu rendimento líquido com a cesta básica em outubro, percentual ligeiramente maior que o verificado em setembro (41,07%).

O rendimento líquido do salário mínimo é de R$ 623,76, após desconto de 8% (referente à contribuição previdenciária) sobre o atual valor bruto de R$ 678.

Ainda em função do aumento do custo da cesta, esse mesmo trabalhador soteropolitano precisou trabalhar um pouco mais para adquirir uma cesta básica. O tempo necessário apurado em outubro foi de 83 horas e 19 minutos. Em setembro, foram 83 horas e sete minutos. 

Alimentação básica da família soteropolitana foi de R$ 770,34 

Em Salvador, o custo da cesta básica para o sustento de uma família foi de R$ 770,34 durante o mês de outubro. Esse valor é 13,62% maior que o salário mínimo bruto vigente (R$ 678). Em setembro, o custo da alimentação básica para a família era de R$ 768,48 na capital baiana.

O custo familiar com a alimentação básica toma como referência uma família composta por quatro pessoas: dois adultos e duas crianças, sendo que estas consomem o equivalente a um adulto. Ou seja, equivale ao custo de três cestas básicas. 

Comportamento dos preços 

Dentre os 12 produtos que compõem a cesta básica em Salvador, sete registraram aumento no preço médio em outubro. As principais altas foram do pão (4,44%) e da farinha de mandioca (4,04%). Dentre os produtos que registraram redução de preço, o destaque fica para a banana, com variação de -7,98% no mês.

O preço médio do pão registrou alta de 4,44% em outubro e já acumula alta de 20,51% no ano, em Salvador. Os fatores climáticos adversos prejudicaram a safra de trigo na Argentina, maior vendedor para o Brasil. Com a farinha de trigo mais cara, principal matéria-prima do pão, este produto também tem ficado mais caro.

A farinha de mandioca registrou variação de +4,04% em outubro, a quinta alta seguida em Salvador. O consumidor soteropolitano tem encontrado a farinha mais cara desde o ano passado. A variação acumulada nos últimos 12 meses já chega a 140,65%. No último ano, o valor da raiz de mandioca mais que dobrou de preço, com a redução da produção nordestina. Consequentemente, os preços de seus derivados também estão em alta.

Em outubro, o café teve alta de 1,60% na capital baiana, uma variação menos intensa do que a registrada no mês anterior (10,26%). Apesar de os preços mundiais pagos aos produtores estarem em queda, o produto final ainda não tem chegado mais barato ao consumidor final. A produção da safra atual foi recorde, levando em conta que este ano seria de baixa produtividade no ciclo bianual da cultura do café. As condições climáticas foram altamente favoráveis às lavouras, mantendo a oferta em patamar relativamente elevado. 

O leite é um dos produtos que vêm registrando alta de preço ao longo de todo este ano, com exceção do mês de agosto, quando caiu 5,26%. Apesar de ter variado apenas 0,98% em outubro, a alta acumulada este ano já é de 26,02%. Com a forte alta da demanda e a produção crescendo num ritmo menor, os preços ao produtor estão em patamares elevados.

A manteiga, assim como o leite, também tem registrado trajetória de alta em Salvador. A alta em outubro foi de 0,25%, mas a variação acumulada no ano é de +16,05%.

Em Salvador, a banana foi o produto que registrou a maior redução de preço em outubro. A variação do preço médio ficou em -7,98%, após registrar alta de 23,68% em setembro. São comuns os constantes movimentos de ajuste de preço desta fruta, uma vez que ela é bastante perecível e difícil de ser estocada.

O preço médio do feijão caiu pela terceira vez seguida em Salvador, registrando variação de -2,71% em outubro. A produtividade na terceira safra do grão tem sido elevada e a expectativa para a safra 2013/2014 também é positiva. Neste cenário, os preços devem se regularizar, voltando a patamares mais baixos. De janeiro a outubro, o feijão acumula alta de 18,64% na capital baiana.

O arroz registrou redução de 0,52% no preço médio em Salvador. O baixo interesse na comercialização do produto no atacado mantém os preços em queda. No ano, a redução acumulada é de 9,81% em Salvador. Nas demais capitais pesquisadas, também predomina a redução de preços. 

Variações nas capitais 

Das 18 capitais onde o Dieese realiza a Pesquisa Nacional da Cesta Básica, 15 apresentaram aumento no valor das cestas em outubro. As altas mais expressivas ocorreram no Rio de Janeiro (5,86%), em Curitiba (4,80%) e em Porto Alegre (4,35%). As três capitais que ficaram com a cesta mais barata foram João Pessoa (-2,06%), Manaus (-1,23%) e Recife (-0,08%).

Porto Alegre passou a registrar a cesta básica mais cara dentre as capitais pesquisadas, superando o custo em São Paulo. Na capital gaúcha, a cesta foi calculada em R$ 324,87 em outubro. Já na capital paulista, o custo foi de R$ 321,14 no mesmo mês. Vitória passou a ocupar a terceira posição, com uma cesta no valor de R$ 313,78. Os menores preços para o conjunto de produtos alimentícios de primeira necessidade foram verificados em Aracaju (R$ 222,55), João Pessoa (R$ 254,45) e Salvador (R$ 256,78).

De janeiro a outubro, 16 capitais registram alta acumulada no custo da cesta básica. As exceções são Goiânia e Florianópolis, que acumulam redução de preço de -0,27% e -0,58%, respectivamente. No ano, quatro capitais acumulam alta superior a 10%. São elas: Salvador (+13,06%), Rio de Janeiro (+11,02%), Natal (+10,95%) e Porto Alegre (+10,36%).

No período de 12 meses, todas as capitais acumulam alta no custo da cesta básica. Destaque para as altas acumuladas em Salvador (+15,15%) e Campo Grande (+10,74%). Em Manaus, o custo da cesta está praticamente estabilizado quando analisado o período de 12 meses, com variação de +0,79%. 

Jornada de trabalho 

A jornada de trabalho necessária para a compra dos alimentos essenciais por um trabalhador que ganha salário mínimo foi, na média das 18 capitais, de 92 horas e 15 minutos em outubro. O que significa mais tempo em relação ao estimado para setembro, de 90 horas e 37 minutos. Em relação ao exigido em outubro de 2012 quando a jornada era calculada em 94 horas e 49 minutos , o tempo necessário este ano é menor.

O custo médio da cesta básica nas capitais pesquisadas, em relação ao salário mínimo líquido, foi de 45,58% em outubro. O comprometimento do rendimento é maior em relação a setembro, quando o custo da cesta representava 44,77% do salário mínimo líquido, e menor em relação a outubro de 2012, quando o comprometimento havia sido de 46,85%.