A experiência e sabedoria de Makota Valdina, uma das principais ativistas do movimento negro da Bahia, está sendo compartilhada no livro Meu Caminhar, Meu Viver. A edição, que conta a trajetória de sua vida, foi lançada, no Largo do Santo Antônio, Centro Antigo de Salvador, nesta terça-feira (26), com a presença do governador Jaques Wagner, que assina a apresentação.

“Esse não é o lançamento de um livro qualquer, afinal trata-se da Makota, uma referência para os negros e para todos nós, na área da sua religiosidade, na área cultural, na integridade, no caráter, na cidadania é uma professora de vida”, afirmou o governador.O lançamento também teve a participação de representantes do Movimento Negro.

Cerca de 5 mil exemplares foram rodados nesta edição, que teve apoio institucional das Secretarias de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi) e de Políticas para as Mulheres (SPM). O evento também integra a programação do Novembro Negro 2013, programa do Governo do Estado em prol da valorização do mês da consciência negra.

“Nós estamos no Novembro Negro, e este é um dos pontos altos deste mês, a Makota é uma apoiadora, uma critica, que nos chama atenção quando deve e é uma pessoa que constrói conosco. Nada melhor que fazer uma obra dessa pra brindar estes 70 anos de Valdina Pinto, a nossa  Makota Valdina”, elogiou o secretário da Sepromi, Elias Sampaio.

Para Makota Valdina, o lançamento do livro é uma conquista: “é uma conquista para minha família, para a comunidade do Engenho Velho, para a comunidade negra e também para todos os soteropolitanos, temos de ser sujeito de nossa historia e compartilhar esta história. Espero que sirva de inspiração para os jovens de hoje, para que lá na frente  eles também tenham o que contar”.

Vida e Trajetória

Valdina Pinto, a Makota Valdina, é considerada uma das principais referências sócio-políticas e religiosas do Brasil, e nesta publicação conta sua trajetória de vida, tendo como ponto de partida o bairro onde nasceu: O Engenho Velho da Federação.

Desde a juventude, Valdina esteve envolvida com ações sociais na sua comunidade, acompanhando a mãe, Eneclides de Oliveira Pinto, mais conhecida como Dona Neca, que foi líder comunitária e primeira referência política da filha, bem como o seu pai, Paulo de Oliveira Pinto – Mestre Paulo.

Como professora do ensino fundamental do município de Salvador, Valdina Pinto se aposentou no final da década de 80, porém, não deixou de dar lições de vida. Ensinou na sede da Associação de Moradores, em barracão de terreiro de candomblé, em escolas, e até na própria casa. A valorização das especificidades da nação de candomblé angola-congo, de matriz bantu, tem sido uma das marcas da trajetória de Makota Valdina.