Até a próxima sexta-feira, oleiros de Maragojipinho, distrito de Aratuípe (a 215 quilômetros de Salvador), no Recôncavo, participam da Oficina de Cerâmica Técnica Raku, método de produção que teve origem no Japão e que, com o passar dos anos, foi difundida no mundo todo, combinando elementos como argila, fogo e orgânicos.

Iniciada nesta segunda-feira (18), a oficina consta de aulas práticas e teóricas, carga horária de 40 horas em dois turnos, ministradas pelo ceramista italiano Lucio Ligouri, conhecedor e multiplicador da técnica.

A oficina é realizada na sede da Associação de Auxílio Mútuo aos Oleiros de Maragojipinho (AAMO), na Praça da Matriz, s/n, Centro, no distrito de Maragojipinho, e vai possibilitar aos participantes além da troca de experiência, a produção de artigos em cerâmica com a nova técnica e a abertura de novos mercados consumidores desses produtos.

A ideia é que os participantes da oficina tornem-se multiplicadores do aprendizado na localidade. Uma das metas é, no período da Copa do Mundo Fifa 2014, promover uma exposição com produtos confeccionados em raku.

Aprimorar 

A iniciativa da Secretaria do Turismo da Bahia (Setur) e Bahiatursa, em parceria com o Convention Bureau da Costa do Cacau, Prefeitura Municipal de Aratuípe e a Associação de Auxílio Mútuo aos Oleiros de Maragojipinho (AAMO), visa aprimorar a técnica utilizada na produção de cerâmica local, qualificando e compartilhando novas técnicas.

O raku é uma técnica de cozedura e pós-cozedura de peças cerâmicas, que envolve uma posterior queima das peças. Ao sair do forno, ainda incandescentes, essas peças são envolvidas em baldes cheios de serradura. Caso as peças sejam previamente vidradas, ficam com um brilho característico e quase exclusivo do raku. Caso contrário, ficam negras.

Município 

Elevada à condição de cidade em 1891, Aratuípe está localizada na zona turística da Baía de Todos-os-Santos, entre os municípios de Nazaré e Santo Antônio de Jesus. É em Aratuípe que se encontra o distrito de Maragojipinho, berço da cerâmica baiana.

O município é responsável por uma parcela representativa da produção de artesanato do Estado, com peças tradicionais de barro, como cestos entrelaçados preenchidos com pequenas contas, conchas, pedras ou feijões, além de talhas, porrões, moringas, louças diversas e objetos de decoração feitos em tornos manuais e assados no forno, também artesanal.

Aratuípe mantém viva a tradição de confeccionar peças em barro que apresentam em sua forma nítidas influências indígenas e portuguesas. Um dos principais polos de produção de artesanato em cerâmica do Estado, Maragojipinho conta com quase 200 olarias, onde é possível acompanhar o processo de produção e comprar o artesanato direto dos artesãos.

Como chegar 

Partindo de Salvador pela BR-324, sentido Feira de Santana, subir o viaduto que dá acesso à BR-101 e seguir até o entroncamento de Santo Antônio de Jesus. Nesse ponto, o motorista deve seguir pela BA-046 até Aratuípe. Pelo sistema ferry-boat a viagem fica mais curta, apenas 66 quilômetros. Saindo de Bom Despacho, na Ilha de Itaparica, o motorista deve seguir pela BA-001 por um trecho de 65 quilômetros.


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