Cerca de 270 artistas já estão confirmados para participar da 3ª Bienal da Bahia, que foi lançada oficialmente nesta segunda-feira (2) pela Secretaria de Cultura do Estado (Secult), no Casarão do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), em Salvador. O evento vai acontecer no dia 29 de maio de 2014 e já estão em fase de execução.

O lançamento aconteceu em coletiva de imprensa com a participação do secretário Albino Rubim, do diretor-geral do evento, Marcelo Rezende, do curador-chefe Ayrson Heráclito, da coreógrafa Lia Robato e do artista Gaio. A lista com os nomes dos artistas que participarão do evento será divulgada no próximo dia 10.

Já mapeamos 19 espaços em Salvador e 10 municípios do interior, com os quais queremos trabalhar. No dia 18 de janeiro, iniciaremos a formação de mediadores para a Bienal, que tem um importante caráter educativo, afirmou Marcelo Rezende.

O evento acontecerá durante o período da Copa do Mundo Fifa Brasil 2014 momento de grande visibilidade para o Brasil, como destacou Rubim. Não será apenas uma bienal de artes visuais, pois vamos ter um grande diálogo com a cultura da Bahia, do Brasil e do mundo.

Segundo ele, a ideia é que cada vez mais esta cultura seja reconhecida. Além disto, queremos fazer um evento que resgate a história das edições passadas, realizadas em 1966 e 1968. Simbolicamente, é muito importante esta ser a terceira e não a primeira Bienal da Bahia. Nada mais justo do que retomar essa história.

Projeto 

Após 46 anos, a Bahia terá novamente uma Bienal. Durante 100 dias serão realizadas exposições e atividades educativas, que vão ocupar diferentes espaços culturais e sociais da capital e do interior do estado. As ações acontecerão nos museus de Salvador, centros culturais do estado, Biblioteca Pública do Estado da Bahia, universidades e em outros espaços expositivos e menos convencionais.

É tudo Nordeste? Essa indagação move o projeto curatorial, o conceito central que percorre todas as ações, exibições, projetos e encontros da Bienal. A questão impõe um ato de aproximação da produção cultural e artística da região em suas mais diversas perspectivas – o Nordeste como condição geográfica, construção histórica e ainda como potente peça do imaginário.

Evento 

Promovida pelos artistas Juarez Paraíso, Chico Liberato e Riolan e com o apoio do Governo da Bahia, a 1ª edição do evento denominada 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas foi realizada em 1966. A proposta era descentralizar a produção de arte no Brasil, ao mesmo tempo em que afirmava o diálogo do cenário baiano e nordestino com as obras e os artistas nacionais.

Com a 1ª Bienal, Salvador se torna, então, um centro regional para discussão da arte, após um rico contexto cultural delineado desde a década de 1930. Hélio Oiticica, Lygia Clark, Rubem Valentim e Rubens Gerchman foram os premiados da primeira edição, que teve ainda a participação dos artistas plásticos Calasans Neto, Emanoel Araújo e Mario Cravo Neto.

A 2ª Bienal, realizada em 1968, foi fechada dois dias após a abertura. Passado um mês, aconteceu a reabertura, com dez obras a menos, consideradas subversivas pelo regime militar. Desde então, as Bienais Nacionais de Artes Plásticas da Bahia, ou apenas Bienais da Bahia, não ocorreram mais.