Restauração de monumentos, recuperação de vias e construção de moradias. O conjunto de intervenções que amplia as obras em execução no Centro Antigo de Salvador foi anunciado nesta quarta-feira (11) pelo governador Jaques Wagner, no Palácio Rio Branco.

Fazem parte das ações executadas em parceria com o governo federal investimentos em infraestrutura e uma operação financeira para viabilizar a recuperação do patrimônio imobiliário da área, com a criação de um fundo de investimento. No total, a Bahia receberá R$ 202 milhões, a serem aplicados na revitalização e preservação do patrimônio histórico em Salvador, além de obras de preservação em Itaparica, Maragogipe e Santo Amaro.

Com recursos do PAC Cidades Históricas, o plano será conduzido pela Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), por meio da Diretoria do Centro Antigo de Salvador (Dircas). As obras serão executadas em parceria com oInstituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Este não é o primeiro investimento no Centro Antigo de Salvador. Desde 2007, fizemos um cadastramento e um diagnóstico de toda a área, com ações, muitas delas já desenvolvidas, como o projeto de acessibilidade do Programa Monumenta, que recuperou vários equipamentos, e a ampliação da presença da Polícia Militar, explicou Wagner.

Na ocasião, foi assinado um acordo de cooperação técnica entre o Ministério da Cultura, o governo da Bahia e a prefeitura de Salvador para a recuperação do centro antigo. Também foram firmados acordos para a criação do fundo de investimento e construção de unidades habitacionais para a população de baixa renda, com a Caixa Econômica Federal (CEF), além de protocolos de intenções com os ministérios do Planejamento e do Desenvolvimento Social.

Participaram do ato o superintendente do Iphan, Carlos Amorim, o secretário estadual da Casa Civil, Rui Costa, o secretário estadual de Desenvolvimento Urbano, Cícero Monteiro, e o presidente em exercício da Conder, Ubiratan Cardoso. Em Salvador, serão investidos R$ 142,10 milhões em 23 intervenções em monumentos, equipamentos e edifícios históricos, na recuperação de 326 ruas e na construção de 350 moradias de interesse social.

Revitalização e integração

Segundo Rui Costa, a ocupação de prédios e casarões é fundamental para a preservação da área. A ideia é revitalizar e integrar esta parte de Salvador ao restante da cidade, como acontece em várias cidades históricas do mundo inteiro, com investimentos em mobilidade e também na constituição de um fundo imobiliário que vai recuperar os casarões e atrair mais investimentos para o centro antigo.

As intervenções contemplam os 11 bairros compreendidos na região do Centro Antigo de Salvador, como Pelourinho, Barroquinha, Frontispício e Cidade Baixa.Já os recursos para as obras de pavimentação, calçadas e sinalização serão destinados aos bairros do Comércio, Calçada, Centro, Campo Grande, Politeama, Saúde, Santo Antônio, Barbalho, Nazaré, Soledade, Barris, Lapinha, Tororó e Macaúbas.

De acordo com o superintendente do Iphan, as obras de intervenção começam imediatamente. Serão 70 imóveis executados diretamente pelo instituto, além das obras que já vêm sendo feitas, como as 70 contenções de ruínas, que também são muito importantes.

Nos outros municípios baianos beneficiados, o PAC Cidades Históricas destinará R$ 13,17 milhões para a restauração de igrejas e do píer de atracação em Itaparica, R$ 15,74 milhões a serem aplicados na restauração dos principais monumentos tombados de Maragogipe e mais R$ 31,08 milhões para a restauração de monumentos e implantação do campus da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), em Santo Amaro.


Publicada às 10h
Atualizada às 14h25