As obras emergenciais de consolidação e estabilização do Forte de Nossa Senhora do Monte do Carmo, mais conhecido como Forte do Barbalho, em Salvador, chegam à etapa final. As intervenções duraram 14 meses, sob coordenação da Secretaria de Cultural do Estado (SecultBA), por intermédio do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac).

O forte é propriedade da União, com uso das Forças Armadas/Exército, e é a maior fortificação construída em território baiano. Ela é tombada pelo Ministério da Cultura (MinC) como Patrimônio do Brasil, via Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), desde 1957.

A União cedeu a edificação à SecultBA que, além de realizar obras emergenciais, destinou a sua utilização para que a Fundação Cultural do Estado (Funceb) desenvolva no local atividades voltadas para a área de teatro e cinema, a exemplo de iluminação, cenotecnia e oficinas de formação.

Iniciada em novembro de 2012 e com investimento total de R$ 3,7 milhões do Tesouro estadual, a ação se diferencia, pois além deter o arruinamento e o comprometimento estrutural do imóvel, serviu também para reorganizar o local que antes abrigava moradores de rua e uma oficina mecânica particular, apesar de ser uma edificação pública.

Serviços realizados

"Fizemos a consolidação da muralha e de mais dois blocos que estavam com instabilidade, levantamos outro trecho da muralha interna, restauramos a parte principal e a do passeio de pedra portuguesa, recompensamos o jardim e execução de gládios para garantir a segurança e a limpeza”, explica o diretor de Projetos e Obras do Ipac, Paulo Canuto.

De acordo com o diretor, foram realizadas ainda demolições de construções espúrias, retirada de arbustos que danificavam a muralha, remoção de revestimento degradado, jateamento da alvenaria e das pedras retiradas, recomposição de alvenarias da muralha, do revestimento do coroamento e dos muros com argamassa de saneamento e escoramento emergencial em pavilhão que apresentava fissura devido a recalque.

Consolidação estrutural do pavilhão, demolição das oficinas e de residência irregular junto à muralha, restauração da portada, plantio de grama no jardim, recuperação do passeio e meio-fio da entrada principal, e da alvenaria do fosso, além de instalação de gradil de ferro na fachada, foram os outros serviços realizados pelo órgão estadual.

Século XVII

Localizado na Rua Marechal Gabriel Botafogo, o bairro Barbalho, na grande área do Centro Antigo de Salvador, o forte foi construído durante o Século XVII, como baluarte, no ano de 1638, com o intuito de defender a cidade da invasão holandesa.

Outro fato importante ligado à sua história aponta que o Forte do Barbalho foi a primeira fortificação que hasteou a bandeira brasileira, após a retirada das tropas portuguesas da capital baiana.

Ao longo dos séculos a fortificação serviu como aliado ao Império, período em que abrigou cerca de 200 revoltosos. Em 1853 recebeu reparos e passou a servir como enfermaria para vítimas do surto de cólera que assolou Salvador e, posteriormente, também para as vítimas da varíola.

A partir do Século XX serviu de batalhão de artilharias e, posteriormente, passou a ser utilizado pela 6ª Companhia da Polícia Militar.