A titular da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), Vera Lúcia Barbosa, destacou as ações desenvolvidas em todo o país, ao longo da semana, em decorrência do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, celebrado em 21 de janeiro. A data foi instituída por meio da Lei 11.635, sancionada em 2007 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como forma de ampliar as discussões sobre a liberdade do culto religioso e combate ao racismo no país.

Segundo Vera Barbosa, “os debates acerca do tema contam com importantes contribuições do segmento feminino, que atua fortemente nos espaços religiosos de matriz africana e nas comunidades”.

A inspiração da data nasceu a partir de lei municipal criada em Salvador, também com foco na criminalização da intolerância religiosa. A medida aconteceu após a Ialorixá Gildásia dos Santos, a Mãe Gilda, ter sido vítima de intolerância por parte de segmentos religiosos, em 1999, acusada de charlatanismo em suas práticas, o que culminou em agressão verbal e física, além de invasão ao seu espaço, o terreiro Abassá de Ogum, em Itapuã. Mãe Gilda não resistiu aos atos, sofreu enfarte e faleceu no dia 21 de janeiro de 2000. 

“Esta data passou a ser discutida em todo o país, em decorrência do fato específico ocorrido com Mãe Gilda, mas nasce como fortalecimento da luta contra a intolerância religiosa. Precisamos viver num país laico, que respeite as diferenças”, disse a ialorixá Jaciara Ribeiro, filha biológica e sucessora da religiosa, destacando a realização de seminário que abordará as perspectivas e avanços da lei, no próprio espaço religioso, nesta sexta (24) e sábado (25).