Cursos voltados para comunidades quilombolas nas áreas de informática básica e manutenção de computadores continuam, até o dia 21 deste mês, na unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), em Lauro de Freitas. A iniciativa faz parte do Projeto de Inclusão de Comunidades Remanescentes de Quilombos (Projeto Quilombolas), executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento e Integração Regional (Sedir).

O treinamento, que na segunda etapa está capacitando 21 alunos no curso de informática básica e 16 em manutenção de computadores, é realizado por técnicos do Senai, tendo acompanhamento da coordenação do Projeto Quilombolas. Os participantes representam comunidades dos territórios de identidade do Extremo Sul, Chapada Diamantina, Piemonte Norte do Itapicuru, Recôncavo, Vitória da Conquista, Baixo Sul, Litoral Sul e Sertão Produtivo.

Segundo Benedito dos Santos Quintiliano, da comunidade Rio do Sul, no município de Nova Viçosa (extremo sul baiano), a capacitação é importante porque, além de atender uma necessidade das comunidades quilombolas, resolve a carência de profissionais na área de informática, possibilitando a formação de futuros multiplicadores. “Os alunos poderão transmitir o que aprenderam nos centros multiuso, espaços equipados com computadores e construídos nas comunidades pelo Projeto Quilombolas”.

Para Marleide Rosa da Silva, da comunidade Agreste, no município de Seabra (Chapada Diamantina), o curso é fundamental para o povoado, que já possui um centro multiuso e precisa de pessoas capacitadas na área. “É bom participar do treinamento porque poderemos ensinar outras pessoas da comunidade. Esta é uma forma também de aprofundarmos os conhecimentos sobre o povo e a cultura quilombola”.

Qualificação

Os centros multiuso integram as ações do Projeto Quilombolas, que tem metas abrangendo desde o fortalecimento das organizações comunitárias locais até a promoção do acesso à comunicação digital e à informação, à assistência técnica e qualificação das comunidades para que possam identificar e elaborar suas propostas de financiamento. Já foram beneficiadas com esses centros as comunidades Lagoa do Melquíades (Vitória da Conquista), Cariacá (Senhor do Bonfim), Agrestre e Baixão Velho (Seabra) e Cabeça da Vaca (Filadélfia).

O projeto tem o objetivo de financiar atividades em benefício de comunidades remanescentes de quilombos nos estados da Bahia, Ceará e Pernambuco. As ações são realizadas com recursos doados pelo Fundo do Desenvolvimento Social do Governo do Japão, por meio do Banco Mundial, no valor total de US$ 877,6 mil, somente na Bahia.