Na reunião conjunta das comissões da verdade na Bahia nesta quarta-feira (12), em Salvador, o relator da comissão da Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia (Ufba), professor Carlos Freitas, informou que até o fim desta semana fica pronto o relatório do trabalho feito com base em documentos, nos quais está registrado que, entre os agentes da ditadura infiltrados na escola, na condição de estudantes, estão os então tenentes PM Átila Brandão e Francisco Pitanga.

O fato aconteceu no fim dos anos 1960, época que alunos foram perseguidos e impedidos de fazer a matrícula para o ano seguinte. Ainda no tocante à Ufba, a professora Iraci Picanço, da comissão da universidade, informou que se utilizou dos mesmos documentos usados pela escola de Direito, que são os relatórios da Assessoria de Segurança e Informação, braço do SNI na instituição, e de prontuários dos alunos.

Só que o levantamento remonta a 1964 e não apenas aos anos 1970. A repressão, no que pese a resistência da universidade, perseguiu alunos muitos dos quais depois se tornaram conhecidos, a exemplo de Carlos Alberto Oliveira, ‘Caó’, e o poeta José Carlos Capinam.

O objetivo do encontro, presidido por Joviniano Neto, da Comissão Estadual da Verdade, no auditório Pedro Milton de Brito, na Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), foi o de promover a interação e o trabalho conjunto com o fim de otimizar os resultados.

Participaram da reunião representantes das comissões do Estado, da Assembleia Legislativa, da Ufba, da Faculdade de Direito da Ufba e do grupo de trabalho da Comissão Estadual da Verdade em Feira de Santana. O próximo evento em que todos estarão presentes está marcado para o dia 13 de março, na Assembleia Legislativa, em solenidade que lembrará os 50 anos do golpe militar de 1964.