O município de Uauá, na região norte do estado, distante 439 quilômetros de Salvador, cujos produtos da agricultura familiar já estão sendo exportados para a Europa, ganhará ainda este ano uma agroindústria para processar umbu. Na próxima sexta-feira (21), o secretário estadual da Agricultura, Jairo Carneiro, participa em Uauá do 6º Festival Regional do Umbu, e aproveita para visitar as obras, representando o governador Jaques Wagner.

A Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc), que organiza o Festival todos os anos, já fabrica doces, compotas e geléias a partir do umbu, em uma pequena unidade fabril no centro de Uauá, em instalações simplificadas. Com a agroindústria que está sendo construída, a escala atual de produção será ampliada e novos produtos, como polpas e sucos também serão fabricados e comercializados.

O anúncio foi feito durante debate gravado na TV Assembléia, na manhã desta segunda-feira (16), para o programa ‘Espaço Livre’, que contou ainda com a participação do superintendente da Agricultura Familiar, Wilson Dias, e da coordenadora da Federação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf), Elisângela Araújo.

Com o tema Agricultura Familiar o programa vai ao ar na quinta-feira (20) desta semana, transmitido via Internet e em sinal fechado, através do canal 16.

Prioridade

Durante a entrevista, o secretário destacou que a agricultura familiar é uma das prioridades do governo estadual. O segmento, que congrega 665 mil famílias, representa 80% dos estabelecimentos rurais do Estado.

Carneiro lembrou que 30% da população baiana é rural e pontuou a importância da agropecuária, responsável por 24% do Produto Interno Bruto (PIB), 30% dos empregos e 42% das exportações. “A agricultura familiar é importante para a economia do Estado e responsável por 80% dos alimentos que chegam à mesa dos baianos”, frisou.

Carneiro ressaltou que “o Governo Wagner conferiu o status de real importância ao trato das questões do interesse do desenvolvimento e fortalecimento da agricultura familiar, e criou órgãos específicos, como a Superintendência da Agricultura Familiar (Suaf), e redesenhou sua estrutura, para incrementar políticas públicas em apoio ao segmento, atuando com a Ebda, CDA, Bahia Pesca e ADAB, no âmbito da Seagri”.

Legislação

O superintendente Wilson Dias destacou que por conta da atenção dispensada à agricultura familiar, muito já foi feito para beneficiar o setor. “Temos uma lei nacional de assistência técnica e também uma lei estadual aprovada à unanimidade pela Assembléia Legislativa, programa estadual de distribuição de sementes, programas de produção de mudas e acesso a mercados, dentre outras ações. A Bahia é o estado que mais tem leis aprovadas a favor dos agricultores familiares, mas é preciso agregar mais valor aos produtos, através da agroindustrialização, que é o que nós estamos buscando, sendo essa uma das metas da Secretaria Estadual da Agricultura”, pontuou.

Para Elisângela Araújo, é preciso ter um olhar diferenciado para este, que é um setor que gera emprego e renda no campo, e um diferencial para a economia. “Tivemos muitas conquistas nos últimos anos, mas precisamos avançar mais. Os agricultores entendem que é preciso estar organizados em cooperativas e associações para conseguir acessar as políticas públicas”, disse.

Ano Internacional

Os avanços do campo e da agricultura familiar são reconhecidos internacionalmente e, por isso, 2014 foi decretado o Ano Internacional da Agricultura Familiar, pela Organização das Nações Unidas (ONU). Essa evolução pode, também, ser retratada na redução da miséria no Brasil e ascensão da população do campo à classe C.

Devido a esta importância, no dia 18 de fevereiro deste ano foi criado o Comitê Brasileiro para o Ano Internacional da Agricultura Familiar, que ajudará a difundir o tema no âmbito internacional.