Primeiro bloco afro do Brasil, o Ilê Aiyê deu início às comemorações oficiais pelos 40 anos de fundação da entidade sábado (1º), com o tradicional desfile desde a sede do bloco, no Curuzu, bairro da Liberdade, em Salvador, um dos pontos altos do carnaval de Salvador.

A saída do Ilê Aiyê,  uma das entidades apoiadas pelo programa Carnaval Ouro Negro, com investimentos da Secretaria Estadual de Cultura, foi acompanhada pelo governador Jaques Wagner. “É louvável a manutenção dessa tradição, que avança sem perder as raízes, sendo muito importante para a preservação da cultura negra e africana no estado”, disse Wagner.

Para o fundador e presidente do Ilê, Antônio Carlos Vovô, a história de quatro décadas dos blocos afro na Bahia ganhou um novo fôlego com a criação do programa estadual Ouro Negro, que apóia estas entidades desde 2008. “O Ouro Negro é um elemento fundamental para nós e, sobretudo os para blocos de menor porte”, afirmou.

Depois da concentração iniciada por volta das 20h, a Deusa do Ébano, Chyntia Paixão, saudou o público e em seguida foi realizada a tradicional cerimônia religiosa com pedidos de paz para abrir os caminhos e reverências aos orixás. O desfile seguiu pelas ruas do bairro, no trajeto do circuito Mãe Hilda, até o Plano Inclinado da Liberdade, de onde continuou no circuito Osmar (Campo Grande) já na madrugada deste domingo (2).

Fundado em 1º de novembro de 1974, o Ilê hoje constitui um grupo cultural de luta pela valorização e inclusão da população afrodescendente, inspirando a criação de muitos outros grupos culturais no Brasil e no mundo.

Com 3 mil associados, o Ilê Aiyê é um patrimônio da cultura baiana e um marco no processo de reafricanização do carnaval da Bahia. No carnaval 2014, o bloco volta a desfilar na segunda (3) e na terça (4), sempre no circuito Campo Grande.