No Especial das Seis desta segunda-feira (17) na 107.5 – Educadora FM o cantador baiano João Bá apresenta um programa sobre ‘Cavaleiro Macunaíma’, CD lançado em comemoração aos 80 anos do artista. Entre cirandas, xotes, canções populares de rendeiras e lavadeiras, o álbum produzido pelos violeiros Levi Ramiro e João Arruda tem 16 músicas inéditas reunidas ao longo da carreira do compositor.

O trabalho traz ainda temas que falam de paisagens, personagens e ritmos da cultura popular brasileira.

Neste Especial das Seis, João Bá também vai falar sobre a carreira e relação com o cinema, tanto como ator quanto como autor de trilhas.

“Eu encontrei nesse nosso caminho algumas pessoas no cinema, no teatro. Um deles foi Glauber Rocha e outro foi Hermano Penna, com quem eu fiz alguns longas-metragens com trilha sonora e como ator também. Com Glauber Rocha eu fiz ‘Deus e o Diabo na Terra do Sol’, ‘Terra em Transe’ e ‘Câncer’, conta.

João Bá nasceu em Crisópolis, na época em que a cidade ainda se chamava Bom Jesus dos Dendês, nome que deu título à primeira faixa do disco. O compositor, poeta, cantador e ator começou a carreira aos 12 anos e desde então compôs mais de uma centena de músicas que foram gravadas por ele e por diversos artistas brasileiros, como Almir Sater, Hermeto Paschoal, Diana Pequeno, entre outros.

No programa temas como ‘Cavaleiro Macunaíma’, com Ivone Cerqueria, e ‘Cantiga das Lavandeiras’, com Sergio Teixeira e Edu Barreto. A produção é de Susana Rebouças.

Quatro vozes e quatro violões

Quatro vértices, quatro histórias. O Especial das Seis desta terça-feira (18) destaca o trabalho do ‘4 Cabeça’, projeto que reúne quatro cantores e compositores atuantes na cena carioca: Baia, Gabriel Moura, Luís Carlinhos e Rogê.

Quatro anos depois de serem consagrados com o Prêmio da Música Brasileira, os integrantes relembram neste programa como se uniram, trazem bastidores da gravação do único CD e falam dos planos em curso.

Apesar da categoria na qual foram premiados em 2010, Baia, afirma que não se trata propriamente de um grupo. “É um encontro, né? Se deu pela primeira vez em um outro projeto, de um amigo produtor que fazia núcleos de compositores que tinham a ver na cena carioca”, explica, relembrando o ‘Compositores S/A’.

Gabriel Moura avalia que o Prêmio não subiu à cabeça: “Enobrece nossa vaidade e nossa vontade de ser artistas, mas de certa maneira não modificou o nosso público. Nosso público a gente conquista a cada show”.

O formato é minimalista, com quatro vozes e quatro violões, lembrando as cantorias nordestinas. “É um formato que hoje em dia é pouco usual”, avalia Rogê. “Teve algo assim no ‘Grande Encontro’, no ‘Cantoria’, que são clássicos, influenciaram a mim, a todos nós”.

Já Luís Carlinhos destaca a sinergia do grupo e a possibilidade de cruzar públicos: “Eu tô lendo uma biografia do Gilberto Gil e estou encantado. Não tem como não pensar nos Doces Bárbaros – mas em outras proporções, pessoal! (risos)”.

Neste programa, músicas como ‘O Poeta’, ‘Copacabana’ e ‘Lembrei’, além da canção que dá nome ao projeto, ‘4 Cabeça’. A produção é de Renato Santos.

Opanijé

Março é o mês da poesia no Especial das Seis, e o RAP (‘rythm and poetry’) não poderia ficar de fora. Ao contrário, vai marcar presença através do primeiro CD do grupo Opanijé, destaque desta quarta-feira (19).

A edição será apresentada pelos cantores e compositores Lázaro Erê e Rone Dum Dum, além do DJ Chiba D.

“O RAP surgiu como uma necessidade poética. Os americanos já tinham o jazz, o blues, o soul. A necessidade que fez o RAP surgir não foi musical”, afirma Lázaro Erê. Rone Dum Dum completa: “A gente consegue unir isso, trazer a poesia com a musicalidade”.

Neste sentido, o álbum homônimo do Opanijé demonstra o perfil diversificado que parte do gênero tem seguido ao explorar possíveis sonoridades dentro da linguagem do RAP.

O disco é produzido por André t, mais conhecido por trabalhos na cena roqueira de Salvador. E ao ouvir o trabalho é possível perceber elementos da música afrobaiana em faixas como ‘Se Diz’, que chegou a render elogios via twitter de ninguém menos que Chuck D, integrante daquele que é considerado o maior grupo de RAP do mundo, o Public Enemy.

“O formato do RAP brasileiro, que as pessoas falam que é de protesto, vem da influência do Public Enemy”, avalia o DJ Chiba D.

No primeiro registro o Opanijé reúne várias participações especiais que reforçam a diversidade sonora do CD. Entre as presenças estão o maestro Letiéres Leite, o percussionista Gabi Guedes e a cantora Ellen Oléria, além de dois integrantes da BaianaSystem: o idealizador Robertinho Barreto, que leva a guitarra baiana para a música ‘Vamuinvadi’, e Marcelo Seco, que entra com o baixo em ‘Se Você Ainda Não Notou’. Produção de Renato Santos.

Lirinha na Série Música e Poesia

No quarto capítulo da Série Música e Poesia, o Especial das Seis destaca o trabalho do cantor e compositor Lirinha, desde os tempos do Cordel do Fogo Encantado até o primeiro disco da carreira solo, passando por trabalhos em outras discografias.

No programa desta quinta-feira (200, José Paes de Lira comenta a influência da poesia de cordel e dos cantadores no trabalho que desenvolve.

“Eu comecei recitando poesia em encontros de cantadores, improvisadores, repentistas… E realmente a música foi algo que foi me envolvendo”, explica Lirinha.

“Depois que eu me envolvi com poesia eu descobri que eu poderia cantar aquelas poesias, o que é uma das origens da poesia para público, as récitas, que há muitos anos eram cantadas, na maioria das vezes”.

Segundo Lirinha, o primeiro CD solo, ‘Lira’, é um momento em que ele aprofunda essa relação. “É uma poesia mais pessoal, pela primeira vez eu falo de minhas ilusões, minhas desilusões”.

Além de algumas faixas do primeiro álbum da fase solo, neste programa as participações de Lirinha nos discos ‘The Moon 1111’, de Otto, e ‘Avante’, de Siba – em ambos os casos, recitando poemas sobre as músicas dos colaboradores.

De quebra, dois momentos com o Cordel do Fogo Encantado, incluindo ‘Ai Se Sêsse’, poesia de Zé da Luz. A produção é de Renato Santos.

A poesia na música hispano-americana

Além da Série Música e Poesia, com programas apresentados por Adriana Calcanhotto, Lirinha, Maviael Melo e Estrela Leminski, o Especial das Seis também traz outros programas que exploram a relação entre essas duas expressões artísticas.

Na série mensal dedicada à música hispano-americana, Latitudes Latinas, não ficou de fora. Na sexta-feira (21) o produtor e pesquisador Carlos Bonfim traz um pouco de Cesario Verde, Borges, Alfonsina Storni e Neruda, entre outros.

Se a música brasileira já tem uma longa tradição de poesias musicadas, nossos hermanos também trazem vários trabalhos neste sentido.

Exemplos incluem ‘Hablo Conmigo’, poema de Alfonsina Storni interpretado por Rossana Taddei, e ‘El Monte y el Río’, poesia de Pablo Neruda com Jorge Drexler. Com produção de Carlos Bonfim e Raísa Andrade.