Estudantes da rede estadual da Bahia estão em São Paulo para participar da final da 12ª edição da Feira de Ciências e Engenharia (Febrace), que teve início nesta terça-feira (18) e prossegue até quinta-feira (20). Para esta edição, foram selecionados sete projetos de escolas estaduais da Bahia, sendo que três foram classificados por meio da III Feira de Ciências da Bahia, realizada pela Secretaria da Educação do Estado.

A mostra é aberta ao público e acontece no estacionamento da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Confira a lista completa dos projetos finalistas no Portal da Educação.

De acordo com a professora Irene Cazorla, diretora do Instituto Anísio Teixeira (IAT), a participação dos estudantes em um evento como este reflete a dinamização do ambiente escolar e o fortalecimento do processo de ensino e de aprendizagem, possibilitados pelo desenvolvimento dos projetos da Feira de Ciências nas escolas.

“O interesse dos estudantes vem crescendo a cada edição da Feira, tanto que, na última, tivemos 156 projetos apresentados. Isto muito nos alegra como educadores”, disse.

Aquaponia

Entre os projetos que estão sendo apresentados, está ‘Irrigação e Nutrição na Escola pelo Sistema de Aquaponia’, primeiro colocado na III Feira de Ciências da Bahia na área de Ciências Biológicas, dos estudantes dos cursos técnicos em Meio Ambiente do Centro Territorial de Educação Profissional do Agreste Baiano/Litoral Norte (CETEP), em Alagoinhas, Caio Araújo Pinto e Neydson Santana Sousa.

Por meio do projeto, os alunos mostram como é possível implantar um sistema integrado de criação de peixes e de cultivo de hortaliças, utilizando o sistema de aquaponia, no qual a irrigação e a fertilização das plantas são feitas com a água contendo os resíduos orgânicos produzidos pelos peixes, além das plantas atuarem como um filtro natural da água onde vivem os peixes.

“Pretendemos utilizar as hortaliças e peixes para o enriquecimento nutricional da alimentação escolar. Desta forma, estamos aliando o desenvolvimento sustentável à prática cidadã, apresentando alternativas de empreendimentos rentáveis e sustentáveis que envolvam boas práticas para o uso racional da água, pois não utilizamos fertilizantes industriais na cultura das hortaliças, por exemplo”, explicou o estudante Caio Araujo Pinto, 18 anos.

Biogás

Outro projeto é o Biodigestor Portátil Anaeróbico para Produção de Biogás, do Centro Estadual de Educação Profissional em Gestão e Tecnologia da Informação Álvaro Melo Vieira (Ceep), em Ilhéus. Este projeto ficou em primeiro lugar na área de Engenharia e Ciências Exatas, na III Feira de Ciências da Bahia.

O experimento verifica a possibilidade de utilizar o gás metano como alternativa para o funcionamento de um fogão doméstico para residências e restaurantes, contribuindo para diminuir custos com a utilização do gás derivado do petróleo e, ao mesmo tempo, reduzindo impactos ambientais.

Para desenvolver esta tecnologia social, os estudantes utilizaram materiais como um tambor plástico de 20 litros, registros, mangueiras, suporte, silicone, durepox e fita veda rosca. No biodigestor, foram colocados resíduos orgânicos domésticos como substrato para a produção do biogás. O biogás obtido da decomposição desse lixo orgânico é formado por gases, tais como o metano e o dióxido de carbono.

Ainda entre os representantes baianos classificados na III Feira de Ciências da Bahia está o projeto ‘A Poluição do Rio Salgado, no Município de Floresta Azul: causas e consequências’, dos estudantes do Colégio Estadual Fred Gedeon, Laís Leal Dieb e José Oliveira Netto.

Integração

A Febrace é considerada a maior feira de ciências e engenharia do Brasil. Ela tem o objetivo de aproximar as escolas públicas e privadas das universidades, criando oportunidades de interação espontânea entre os estudantes e professores das escolas com a comunidade universitária (estudantes, professores, funcionários), para uma melhor compreensão dos papéis das universidades em Ensino, Pesquisa, Cultura e Extensão.

Durante a feira, os projetos são apresentados ao público visitante e avaliados por professores mestres e doutores da USP e de instituições parceiras.