Com o tema ‘Autoritarismo e Democracia no Brasil e na Bahia (1964-2014)’, a terceira edição do Fórum do Pensamento Crítico debate até a próxima sexta-feira (28), em Salvador, os 50 anos do golpe civil/militar de 1964 e os 30 anos das Diretas Já. A solenidade de abertura, realizada nesta segunda-feira (24) no Teatro Castro Alves (TCA), com a participação do governador Jaques Wagner, foi marcada pela discussão sobre o contexto social e político do golpe e homenagens ao político e guerrilheiro Carlos Marighella e outros nomes importantes da ação e pensamento sobre o período.

“O fórum é importante porque não há como construir uma democracia de verdade sem que a verdade aflore para quem viveu aquela época e para a juventude, que nasceu na democracia. Trata-se de descrever a verdadeira história do Brasil e da Bahia para condenar um crime de estado, e dizer tortura e ditadura nunca mais”, afirmou o governador.

Durante a solenidade fizeram palestras o ex-governador da Bahia e atual vereador de Salvador, Waldir Pires, o doutor em Sociologia pela Universidade de Rostock, Clodomir Santos de Morais, o professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Juarez Guimarães, e Eliana Rolemberg, anistiada política, militante histórica dos direitos humanos e diretora Executiva da Coordenadoria Ecumênica de Serviços (Cese), com sede em Salvador.

Também foram homenageados, no evento de abertura, Ana Montenegro, Alberto Goulart, Carlos Lamarca, Carlos Nelson Coutinho, Claudio Perani, Florestan Fernandes, Guido Araújo, Jacob Gorender, Mário Alves, Octávio Ianni, Rolland Shaffner, Rui César, Aristeu Nogueira, Giocondo Dias e Fernando Sant’anna.

A programação do III Fórum do Pensamento Crítico inclui mesas e debates que abordam temas como as repercussões da ditadura, as heranças culturais e comunicacionais, o período de redemocratização, os avanços e limites da democracia no estado e no país. “É um leque amplo que vai passar em revista os últimos 50 anos do Brasil, levando em conta a polaridade entre autoritarismo e democracia”, disse o secretário estadual de Cultura, Albino Rubim.

Outras atividades programadas são a mostra temática de cinema nos centros e equipamentos culturais da Secult, e a Feira de Livros da Fundação Pedro Calmon, no Foyer do TCA com lançamentos e publicações sobre o golpe civil-militar de 1964, além de livros de história, cultura, democracia, direitos humanos, entre outros.

O fórum é realizado pela Secretaria de Cultura (Secult), com apoio da Secretaria de Educação do Estado da Bahia, Fundação Perseu Abramo, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia (Ufba), jornal A Tarde, Cese, Ministério da Justiça, Assembléia Legislativa da Bahia e o Cinema Sala de Arte.