Os resultados positivos do Programa de Controle Fiscal (Proconfis) da Bahia foram mostrados para representantes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) de diversos países, como Canadá, Japão e Argentina, nesta segunda-feira (31), em reunião na Governadoria, no Centro Administrativo, em Salvador.

O governador Jaques Wagner recebeu os representantes para fazer uma rápida saudação, e os secretários da Fazenda, Manoel Vitório, do Planejamento, José Sergio Gabrielli, e da Administração, Edelvino Góes, falaram sobre os avanços nas políticas públicas baianas a partir de financiamentos do BID.

O Proconfis é a primeira linha de crédito concedida pelo banco aos estados, e não a governos nacionais, voltada exclusivamente para políticas públicas, que, segundo a representante do BID no Brasil, Daniela Carrera Marques, está sendo utilizada pela instituição como modelo para outros estados brasileiros. “É um programa que ajuda a consolidar a gestão, melhorar a arrecadação e os gastos, além de conferir eficiência ao estado não somente nas atividades tributárias, mas também nos investimentos e nas parcerias público-privadas (PPPs)”.

Um exemplo de PPP de sucesso proporcionada pelo Proconfis é o Hospital do Subúrbio, um dos cinco construídos na Bahia nos últimos sete anos. A PPP do Hospital do Subúrbio recebeu uma premiação do BID, em abril de 2013, pela qualidade do modelo de gestão.

Secretarias sistêmicas

Em seu núcleo estratégico, o Proconfis reúne as secretarias estaduais da Fazenda (Sefaz), do Planejamento (Seplan) e da Administração (Saeb). Já as políticas implantadas incluem áreas vitais, como educação, saúde, segurança e desenvolvimento.

O BID fez pela primeira vez uma tentativa de operação com um estado subnacional para financiar políticas públicas, e a Bahia, pela sua iniciativa e características, foi escolhida, criando o Proconfis 1, desenvolvido entre 2008 e 2010, que envolve recursos de US$ 407 milhões.

Com o sucesso da operação, entre 2011 e 2013, houve nova rodada na Bahia (Proconfis 2), e o banco estendeu a iniciativa a outros estados – Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Amazonas. O Proconfis 2 envolveu recursos de US$ 600 milhões, liberados em duas parcelas – US$ 400 milhões em dezembro de 2012 e US$ 200 milhões em julho de 2013.

Aplicação prática

Um dos objetivos do Proconfis compreende a gestão fiscal e a elevação das receitas públicas, envolvendo principalmente a arrecadação do ICMS. A arrecadação do tributo ficou em R$ 12,1 bilhões, em 2011, e a meta fixada para 2014, que era de R$ 14,3 bilhões, já foi superada com folga. Este ano, o imposto deve arrecadar R$ 15,5 bilhões.

Outra melhoria significativa ocorreu na compensação previdenciária. Recordista nacional em recursos reembolsados pelo INSS aos estados e municípios, a Bahia arrecadou R$ 305,4 milhões em 20 meses de vigência do Proconfis 2, entre janeiro de 2012 e agosto de 2013.

As políticas voltadas para a gestão e a qualidade dos gastos públicos, com eliminação de desperdícios e ganho de eficiência, também são objeto do programa. Um exemplo prático da otimização dos gastos é o da área de serviços terceirizados.

Frente às despesas de R$ 600 milhões, em 2011, o Proconfis 2 fixou a meta de R$ 479 milhões, a ser alcançada este ano, mas já registrou um montante ainda menor em 2013, de R$ 468 milhões – uma redução de 22%, que supera a de 16% prevista para 2014.