O encontro incomum entre artistas visuais e profissionais de arquivos e bibliotecas para troca de experiências, pesquisa e produção de conteúdos sobre práticas artísticas e procedimentos arquivísticos. Este é o projeto do ‘Campo Gravitacional Arquivo e Ficção’ que está sendo desenvolvido até 7 de setembro deste ano (2014), em Salvador, como uma das atividades da 3ª Bienal da Bahia, que acontecerá a partir de 29 de maio em Salvador e diversas cidades do interior.

A coordenação é de uma das curadoras da 3ª Bienal, Ana Pato. Segundo ela, o trabalho reúne estudantes, professores, além de técnicos municipais, estaduais e federais das áreas arquivologia, biblioteconomia e museologia, para formarem um grupo de trabalho que vai acompanhar a pesquisa e produção de obras de artistas convidados pela 3ª Bienal a desenvolverem projetos para os arquivos e bibliotecas baianos.

Participam do projeto o Arquivo Histórico Municipal da Fundação Gregório de Mattos da Prefeitura do Salvador; o Arquivo Público do Estado, o Centro de Memória da Bahia e as bibliotecas públicas estaduais administradas pela Fundação Pedro Calmon; além do Instituto de Ciência da Informação, o curso de Museologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas e o Museu Afro-brasileiro, todos da UFBA.

Memória e contemporaneidade – A 3ª Bienal acontece 46 anos depois da segunda edição, ocorrida em 1968, no Convento da Lapa, e que foi interrompida pela ditadura militar e civil, com artistas presos e obras de arte confiscadas. “Temos um compromisso com essa memória. Estamos resgatando o que aconteceu nas Bienais de 1966 e 1968, em Salvador, e dando continuidade dialogando agora com a arte contemporânea”, relata a curadora da 3ª Bienal da Bahia.

O Arquivo Público da Bahia é considerado o segundo mais importante do Brasil, depois do Arquivo Nacional. “A 3ª Bienal valoriza o arquivo e facilita a comunicação entre acervos e profissionais de diversas áreas, dando acesso à comunidade”, destaca Adriana Pacheco, arquivista do Arquivo Municipal da FGM. Museóloga e integrante do grupo, Janaína Ilara, lembra que a visão dominante é que os arquivos pertencem a historiadores. “Mas este, é um acervo de um povo, de uma nação, por isso devemos acessá-lo, conhecê-lo e usá-lo. A 3ª Bienal possibilita isso por um viés pouco usual, que é a arte”, finaliza.

A 3ª Bienal é realizada pelo Governo do Estado da Bahia, via Secretaria de Cultura (SecultBA), com coordenação do Museu de Arte Moderna (MAM), através de convênio entre Fundação Hansen Bahia e Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC). Acesse os sites Bienal da Bahia 2014  e Bienal da Bahia. Neste último, estão as publicações da 3ª Bienal. Participe da fanpage do Facebook: ‘Bienal da Bahia’.