Lançada em Salvador, a Campanha Coração Azul insere a Bahia na mobilização internacional contra o tráfico de pessoas, que busca intensificar as ações de combate a crimes como exploração sexual, trabalho escravo e tráfico de órgãos no estado. O lançamento oficial da adesão aconteceu nesta quarta-feira (23), no Hotel Pestana, em Salvador, durante encontro com a participação de representantes de núcleos de enfrentamento a este tipo de crime de todo o país.

A iniciativa da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), em parceria com o ministério da Justiça e o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (Unodc), tem apoio de artistas, a exemplo dos cantores Tatau, Ivete Sangalo, Cláudia Leitte e Maria Gadú, Márcio Vitor e Nando Reis. “Torço para que leis e campanhas como essa sejam criadas para proteger as vítimas do tráfico de pessoas”, disse Tatau.

De acordo com o secretário Nacional de Justiça, Paulo Abrão, a mobilização reforça as medidas já implementadas no país. “O objetivo é ampliar as ações do estado focadas na repressão e, principalmente na prevenção e importância da denúncia, pois muitas vezes as vítimas não se veem como tal”.

Documentário

Para a diretora do Departamento de Justiça da Secretaria Nacional Justiça, Fernanda dos Anjos, o trabalho realizado na Bahia é destaque entre os 16 estados onde há redes de combate ao tráfico de pessoas. “A grande característica da Bahia é a capacidade de mobilização. No ano passado, por exemplo, conseguiu realizar uma grande caminhada e agora lança até documentário sobre a realidade do tráfico”.

Durante o evento foi exibido o documentário ‘Tráfico de Pessoas: a Escravidão Moderna’, produzido pela TV Pelourinho em parceria com a SJCDH. O objetivo é alertar o público jovem sobre esse tipo de crime e violação aos direitos humanos. Na produção, três baianos contam suas experiências e os desafios que envolveram a volta para casa.

Núcleo

Desde 2011, a Bahia dispõe de um Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. Oitava criada no país para a investigação das ocorrências, a maioria de exploração sexual, a unidade já atendeu aproximadamente 600 pessoas. O núcleo reúne equipe multidisciplinar com assistentes sociais, psicólogos, advogados e outros profissionais que auxiliam as vítimas a deixarem as condições que violam os direitos humanos.

Segundo o subsecretário da SJCDH, Reginaldo Silva, o objetivo é expandir as ações já realizadas em Salvador para o interior do estado. “Nós pretendemos abrir um núcleo em Porto seguro, onde há grande movimentação de pessoas, para atender também a região de Ilhéus, e no Aeroporto Internacional de Salvador”.