As exportações baianas voltaram a recuar em março, quando atingiram US$ 626 milhões, 9,4% inferiores a março do ano passado. O resultado no trimestre alcança US$ 2 bilhões, levemente inferior aos US$ 2,03 bilhões apurados no mesmo trimestre de 2013. A queda nos preços dos produtos exportados e a redução nos embarques dos setores petroquímico, metalúrgico e automotivo são os principais responsáveis pelo desempenho aquém do ano passado.

De acordo com as informações da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento (Seplan), enquanto o volume físico embarcado pelo estado cresceu 16,8% no trimestre, as receitas caíram 1,3%, resultado da queda de 16% nos preços médios dos produtos exportados.

O fator preço e a retração no embarque de manufaturados vêm impedindo uma recuperação consistente das exportações até agora. Pesa ainda a redução nas vendas para a Argentina, terceiro maior mercado para as exportações estaduais, que passa por uma crise cambial e impôs restrições às importações, principalmente de veículos.

A queda de preços atingiu os produtos básicos e semimanufaturados de forma generalizada em março. Sete entre 12 commodities básicas mais exportadas pela Bahia tiveram preços médios menores em março ante o mesmo mês de 2013. A celulose, por exemplo, foi vendida a um preço por tonelada 0,6% menor. A soja, 0,3%. Cobre, 13,3%, ouro, 36,9%, algodão, 16,2% e o cacau 9,3%.

No mês passado ainda teve o recuo na exportação de derivados de petróleo em 33%, após um fevereiro favorável, o que voltou a frustrar a expectativa de um melhor desempenho do produto para a balança comercial deste ano. Mesmo assim, a exportação de produtos básicos chegou a crescer 33% em março, contra igual mês de 2013.

Embarques 

A alta resultou principalmente da antecipação dos embarques de soja diante da expectativa de que os preços poderão cair ainda mais. Em março, a Bahia embarcou, em volume 276,6% a mais de soja e derivados em relação ao mesmo mês do ano passado, mas com preço médio 0,3% menor. No acumulado do ano, as exportações do produto estão em 188,3 mil toneladas. Em 2013, os embarques estavam em 139,8 mil de toneladas entre janeiro e março.

Entre os manufaturados, o preço também castigou itens importantes, como o petroquímico (-0,3%), e o automotivo com queda de 1,14% nos preços médios. Tanto o setor petroquímico como o automotivo ainda foram penalizados com reduções substanciais nos pedidos de seus principais mercados, EUA e Argentina respectivamente.

Importações

A desvalorização do real frente ao dólar pode estar começando a fazer uma diferença no comportamento das importações. Depois de nove meses consecutivos, elas caíram 13,2% em março, atingindo US$ 777,4 milhões. No trimestre, porém, o aumento ainda é de 13,75% chegando a US$ 2,09 bilhões.Em março, houve menores compras principalmente de minério de cobre (-59%), trigo (-33%), borracha (-46,4%) e bens de capital (-9,1%).

No trimestre, entretanto, o crescimento das compras de bens de capital chega a 11%, mesmo com a alteração da paridade cambial. Isto se deve ao crescimento esperado para a economia e para a indústria, com a maturação e o anúncio de novos investimentos, indicando que as empresas devem continuar a investir para ampliar a capacidade instalada na economia.

Em março e no trimestre a balança comercial da Bahia apresenta déficit, resultado do crescimento maior das importações no período. Em março o déficit atingiu US$ 151,4 milhões, enquanto que nos três primeiros meses do ano ele atinge US$ 89,8 milhões.