O volume de vendas na Bahia expandiu 15,7% no mês fevereiro de 2014, em relação a igual mês do ano de 2013, revela a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) realizada pelo IBGE e analisada pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI/Seplan).

A expansão coloca a Bahia na quarta posição em relação às demais unidades federativas, ficando à frente da taxa nacional (8,5%). Os outros destaques no mês foram Alagoas (18,1%), Tocantins (16,3%), Maranhão (15,9%) e Acre (15,6%).

Quanto à participação na composição do comércio varejista do Brasil, a Bahia apresentou o segundo maior peso, ficando atrás apenas de São Paulo, economia com o maior volume de vendas, mas que expandiu 8,5% em fevereiro.

“Devemos ressaltar que em fevereiro de 2013 a base de comparação estava deprimida (-4,7%), mesmo assim a recuperação em relação a esta queda foi bem expressiva, resultando na maior taxa dos últimos quatros anos registrada na série histórica”, informa Geraldo Reis, diretor-geral da SEI.

“Todos os segmentos que compõem o comércio varejista apresentaram crescimento, alguns de maneira bem expressiva, sinalizando para um crescimento mais forte do varejo em relação a 2013, principalmente em função da manutenção do salário médio real e da geração de empregos”, conclui.

Este ano, a Bahia registrou o maior saldo de emprego dos meses de fevereiro dos últimos 10 anos, com 7.420 novas vagas.

Combustíveis e lubrificantes

Em fevereiro de 2014, os dados do comércio varejista do estado da Bahia, quando comparados a fevereiro de 2013, revelam que todos os oito ramos que compõem o Indicador do Volume de Vendas apresentaram resultados positivos.

Listados pelo grau de magnitude das taxas em ordem decrescente, têm-se: Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (36,0%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (26,7%); Combustíveis e lubrificantes (26,4%); Livros, jornais, revistas e papelaria (26,0%); Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (14,9%); Tecidos, vestuário e calçados (10,5%); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (8,9%); Móveis e eletrodomésticos (6,8%).

Para os subgrupos de Super e hipermercados, o resultado apurado foi positivo em 10,4%. O de Eletrodomésticos cresceu 9,4%, e 4,4% no subgrupo de móveis.

Considerando o peso e a expansão registrada no segmento de Combustíveis e lubrificantes, este foi o maior impulsionador das vendas na Bahia pelo terceiro mês consecutivo. O registro pelo quinto mês consecutivo de uma taxa positiva consolida a mudança de comportamento do setor.

O desempenho em fevereiro foi influenciado pelo o efeito base, já que em igual mês do ano passado o segmento registrou a maior variação negativa do ano de 2013 (-22,3%), e pelo período de férias, onde os consumidores costumam intensificar as viagens.

Segunda maior contribuição

A segunda maior contribuição veio do segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo. Segmento de maior peso para o Indicador de Volume de Vendas do Comércio Varejista, a atividade foi favorecida com a redução da cesta básica, que segundo informações da Pesquisa Nacional da Cesta Básica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apresentou para Salvador um dos menores valores médios (R$ 262,78). Outro aspecto é a geração de empregos formais no estado.

O segmento de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos foi o terceiro maior impulsionador das vendas no comércio varejista da Bahia. O aquecimento nos negócios realizados no segmento foi influenciado pela evolução positiva da massa de salários, bem como ao caráter de uso essencial dos produtos do setor, além dos efeitos dos preços dos produtos farmacêuticos, que segundo o IPCA ficaram abaixo da média, 5,0% nos últimos 12 meses em comparação a 5,7% do índice geral.

O segmento Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação apesar de não ter apresentado um resultado determinante para o comportamento do setor no estado, registrou após um período de 11 meses consecutivos a variação positiva. O seu comportamento pode ser justificado pelas promoções de produtos comercializados no ramo.

O segmento de Tecidos, vestuário e calçados, que registrou nos meses anteriores um tímido comportamento nas vendas, apresentando em janeiro último uma variação negativa, também surpreendeu ao expandir os negócios em 10,5%. A explicação pode ser atribuída à melhoria do emprego e da renda, aos preços dos produtos comercializados no ramo crescerem a um ritmo menor do que o índice geral, segundo o IPCA, e as promoções realizadas pelos empresários do ramo.

Ampliado

O Comércio Varejista Ampliado, que inclui o varejo e mais as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, apresentou em fevereiro expansão de 13,0% nas vendas. Nos últimos 12 meses a expansão no volume de negócios foi de 2,8%.

O segmento de Veículos, motos, partes e peças registrou variação positiva de 7,5% em fevereiro, em relação a igual mês do ano anterior, quando a taxa foi negativa em 0,4%. Esse resultado interrompeu a trajetória de queda consecutiva, registrada desde outubro de 2013.

A variação positiva pode ser reflexo das iniciativas de compra de estoques remanescentes com IPI reduzido. No que tange ao segmento Material de Construção, este apresentou em fevereiro crescimento de 10,7% nas vendas em relação a igual mês do ano passado.

Esse comportamento continua sendo reflexo das condições favoráveis do crédito habitacional, como o aumento do limite do uso do FGTS para financiamentos imobiliários, somado ao programa governamental Minha Casa Minha Vida, além da redução do IPI para alguns produtos do setor.