Um dos objetivos específicos do Encontro Iberoamericano de Acessibilidade ao Patrimônio Cultural e Natural é sensibilizar os profissionais para as necessidades das pessoas com deficiência na utilização do patrimônio cultural. Para discutir conceitos e soluções para acessibilidade e mobilidade em áreas de interesse cultural e natural (imóveis e espaços urbanos), especialistas brasileiros e espanhóis em gestão urbana estão reunidos, na capital baiana, desde segunda-feira (7) até a próxima quinta (10), no Museu da Misericórdia, no Centro Histórico de Salvador.

O Encontro é o resultado de um acordo de cooperação técnica entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID) e conta com o apoio do Governo da Bahia, através da Diretoria do Centro Antigo de Salvador (Dircas) da Conder, do Real Patronato sobre Discapacidad e Fundación ACS da Espanha.

“Temos como exemplo, aqui, na Bahia, o projeto Pêlo Acessível, elaborado pela Secretaria Estadual da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJDCDH) e executado pela Conder, por meio da Dircas, que foi entregue, recentemente à população”, explica Beatriz, referindo-se à rota de acesso do Centro Histórico de Salvador.

O Pelô Acessível compreende um circuito de 1,3 km de extensão, iniciando no Cruzeiro do São Francisco. Além da instalação de rampas da Fundação Casa de Jorge Amado e no Museu da Cidade, também foram alargadas as calçadas ao longo da Rua Gregório de Matos, que contornam o alto do Largo do Pelourinho, seguindo pela Rua Alfredo de Brito e terminando no Terreiro de Jesus. “O Governo da Bahia está realizando ações visando a melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência. Precisamos fortalecer as políticas públicas de valorização do patrimônio cultural e natural numa perspectiva inclusiva e sustentável”, afirma Beatriz Lima.

Proprietários de lojas e gestores de instituições situadas ao longo da Rota de Acesso do Centro Histórico de Salvador recebem da Diretoria do Centro Antigo (Dircas/Conder) orientação técnica de como fazer melhorias no acesso de entrada a seus imóveis sem danificar e ou obstruir a calçada que foi especialmente construída para o acesso de portadores de deficiência. A construção de degraus nessas calçadas prejudica a circulação de cadeirantes e idosos. “Já concluímos a rota acessível. A proposta agora é manter um trajeto contínuo, desobstruído e sinalizado, que possibilite a sua utilização de forma autônoma e segura para os visitantes com deficiência ou mobilidade reduzida”, declara Beatriz Lima.

A presidente do Iphan, Jurema Machado, destaca que as áreas consagradas como patrimônio cultural devem se constituir em espaços onde é possível conhecer, usufruir e desfrutar do patrimônio cultural. “Esses espaços devem proporcionar um deslocamento fácil e seguro para todos os usuários além da possibilidade de permanência para a fruição. Os centros históricos devem possibilitar o usufruto do espaço público e do patrimônio, garantindo o direito constitucional à cidade e à cultura”, enfatiza.