As estratégias mais adequadas para viabilizar o desenvolvimento de um corredor de transporte integrado na região da Bacia Hidrográfica do São Francisco serão debatidas desta quarta (9) até sexta-feira (11), em Salvador, no Workshop Estratégico do Corredor Multimodal do Rio São Francisco, no hotel Mercure.

O workshop tem como objetivo fornecer subsídios para a construção de um plano de ação visando ao desenvolvimento do Corredor Multimodal do Rio São Francisco. Para participar do evento os interessados devem enviar um e-mail para o endereço icarneiro@worldbank.org ou ligar para o número (61) 3329-8650.

Na abertura do workshop está prevista a participação de representantes do Governo Federal, dos ministros do Transporte César Borges, da Integração Nacional Francisco Teixeira, do presidente da Codevasf, Elmo Vaz, do diretor-geral do Dnit, Jorge Fraxe, do diretor geral-substituto da Antaq, Mario Povia, e do coordenador-geral de operações do Banco Mundial no Brasil, Boris Utria.

Visando a ampliar a competitividade, o dinamismo e a sustentabilidade da economia brasileira, o Governo Federal assumiu o compromisso de ampliar a participação das hidrovias na matriz de transporte do Brasil. Além de reduzir os custos logísticos e de transporte associados à circulação de mercadorias e de pessoas, as hidrovias atraem novos empreendimentos e investimentos, estimulam o uso sustentável dos recursos hídricos e contribuem para a redução das disparidades regionais.

Elemento de integração

Desta forma, em alinhamento colaborativo com as políticas e planos do Governo Federal na área de desenvolvimento regional e de transportes, o Corredor Multimodal do Rio São Francisco integrará os diversos meios de transporte da região (hidroviário, ferroviário, rodoviário), ancorado na importância histórica do Rio São Francisco enquanto elemento de integração macrorregional e dinamismo econômico.

O trecho do rio que vai de Pirapora (MG) a Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), de aproximadamente 1.300 km potencialmente navegáveis para fins comerciais, de lazer, dentre outros, é um eixo de grande atividade econômica e deverá crescer com o desenvolvimento do Corredor, atingindo 339 municípios em sua área de influência direta.

Propõem-se alcançar três grandes objetivos com Corredor Multimodal: a) ampliar o desenvolvimento socioeconômico e integração regional da bacia hidrográfica do rio São Francisco; b) transformar a matriz de transportes, tornando-a mais sustentável – menos poluente, com menor consumo de energia e de combustíveis fósseis, gerando menos emissão de carbono; e c) aprimorar a competitividade logística e de transporte na área influência do Corredor Multimodal do Rio São Francisco, por meio da otimização de seu potencial hidroviário, ferroviário e rodoviário, e da articulação/integração dessas vias.

Aumento da competitividade

A região oeste da Bahia atualmente representa um dos maiores polos de atividade econômica do estado devido ao forte crescimento da produção agrícola nos últimos quinze anos, que se concentrou principalmente na cultura da soja, do algodão e do milho. Na região, os custos de transporte representam 60% do custo dos produtos.

Na rota entre o oeste da Bahia e João Pessoa (PB), por exemplo, a estimativa é de que o frete para o milho poderia ser reduzido de R$ 200,00 para R$ 170,00 por tonelada com o uso do Corredor Multimodal do Rio São Francisco. O custo dos trechos rodoviários ainda representariam cerca de 74% do frete total, considerando-se os 1.200 quilômetros de estrada e 600 quilômetros de hidrovia.

Mesmo assim, em termos de preço para o consumidor, estima-se que, em média, a proporção do custo logístico no preço final do produto poderia ser reduzido de 38% para 34%. O ganho projetado é de R$ 1,8 milhão para cada 100 mil toneladas transportadas no corredor do Rio São Francisco, em comparação com o modal rodoviário.

A redução de custos logísticos pode ser ainda mais significativa com a manutenção contínua da navegação no Rio São Francisco desde Pirapora-MG até Petrolina-PE, com novas conexões ferroviárias e com ganhos de escala.
Além disso, também é importante destacar a alternativa de novas cadeias logísticas, uma vez que a hidrovia esteja em condições ideais de navegação, aumentando ainda mais os investimentos locais e o dinamismo econômico regional.