Em um tom que reafirma a liberdade das diversas formas de expressão, foi realizada na noite deste sábado (31), no Mosteiro de São Bento, em Salvador, a abertura oficial da 3ª Bienal de Artes da Bahia, com a presença do governador Jaques Wagner.

Esta edição ocorre 46 anos depois que a 2ª Bienal de Artes Plásticas foi fechada pelo regime militar. Um motivo especial para ser celebrada, na opinião de Wagner. “Estamos comemorando o retorno da democracia desde 1985. Esta Bienal tenta resgatar o que foi a primeira bienal, de 1966, e a de 1968, que foi fechada dois, três dias depois de aberta”, disse o governador, que estava acompanhado da primeira-dama do Estado, Fátima Mendonça, e do secretário de Cultura, Albino Rubin.

Após assistir a ‘escultura’, do artista visual Arthur Scovino, que apresentou a performance ‘QuiZera’, Jaques Wagner visitou as exposições de artes plásticas e audiovisuais distribuídas entre as galerias do mosteiro. “Cultura, arte, bienal não rimam com ditadura e falta de liberdade. Inaugurar esta 3ª Bienal no caminho do encerramento do governo, realmente, para mim, é um motivo de muito orgulho. Viva a arte, a cultura, a liberdade e a democracia”, destacou o governador.

Programação

Construída em torno da indagação ‘É tudo Nordeste’, esta edição será realizada até 7 de setembro, perfazendo um total de 100 dias de programação em diversas cidades baianas, entre elas, Feira de Santana – onde a abertura foi realizada sexta-feira (30), Juazeiro, Canudos, Lençóis, Ilhéus, Cachoeira, Santo Amaro e Alagoinhas. O evento deste sábado, no Mosteiro de São Bento, foi considerado a terceira abertura, pois, além de Feira de Santana, o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), em Salvador, realizou na última quinta-feira (29) a primeira abertura.

De acordo com o secretário Albino Rubin, esta, inclusive, é uma das particularidades desta edição. “Achamos importantíssimo fazer uma abertura aqui. Primeiro, porque o Mosteiro de São Bento foi um importante local de resistência no período de fechamento da segunda Bienal e, tanto a primeira, quanto a segunda bienal, também foram realizadas em espaços religiosos, como o Convento da Lapa e o Convento do Carmo”.

Personalidades – entre elas, o artista plástico Bel Borba, também prestigiaram a terceira abertura, realizada no mosteiro. “Fico contente. Ficamos por muitos anos sequelados com as consequências desta repressão [Ditadura Militar]”, afirmou.

Informações sobre a programação podem ser obtidas no site da Bienal da Bahia.