Cerca de 1.300 agricultores beneficiados pelo Programa de Formação e Mobilização Social para a Convivência com o Semiárido, Uma Terra e Duas Águas (P1+2) participaram na manhã desta quarta-feira (28), em Serrinha, no nordeste da Bahia, da cerimônia de conclusão do projeto que resultou na entrega de mais de 20 mil sistemas de captação de água para famílias do Semiárido Brasileiro.

Do total, 25% foram implementadas em solo baiano, atingindo 24 mil pessoas na região. Participaram a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, o governador Jaques Wagner e o diretor corporativo e de serviços da Petrobras, José Eduardo Dutra.

Integrando as ações do Programa de Formação e Mobilização Social para Convivência com o Semiárido da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), por meio de parceria entre o ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e a Petrobras, o P1+2 contempla uma terra para produção e dois tipos de água – para consumo humano (potável) e para produção de alimentos.

Com R$ 200 milhões em investimentos pela Petrobras, a parceria busca promover o desenvolvimento rural e o estímulo da geração de renda, garantindo a segurança alimentar das famílias agricultoras que vivem na área de abrangência do programa. O contrato englobou 20.060 tecnologias sociais de captação de água para produção entre cisternas, barragens subterrâneas e barreiros-trincheira, sendo 4.796 na Bahia, que possui a maior população e a maior área de semiárido do país.

“Nós temos 70% do território na área do semiárido, onde vivem sete milhões de baianos, e o objetivo é fazer mais cisternas, adutoras e outras ações para que estas pessoas possam viver e produzir com dignidade para ter cidadania”, disse Wagner. A ministra Tereza Campello enfatizou que, “a exemplo de outras parcerias com o estado como o Pronatec, a Bahia é o melhor executor do programa de ações de cisternas e tecnologias de captação de água, a melhor maneira de adaptação e convivência com o semiárido”.

Plantio

Em Serrinha, foram implementadas 98 tecnologias do P1+2, que beneficiam famílias como a da dona de casa Maria José Silva, 65. Antes das cisternas, a água para o plantio da pequena horta, as tarefas domésticas e o consumo da família era proveniente de fontes distantes ou do abastecimento pago por meio de caminhões-pipa. “Agora, com a água da chuva que a gente armazena, melhorou bastante e a gente pode beber, cozinhar e plantar com água boa”.

Já Antônia Maria de Jesus, 65, espera a chegada das chuvas para plantar feijão na área ao lado da casa onde vive com a família. “Essas cisternas são muito importantes porque não temos onde buscar água ou pagar até R$ 130 por cada carro de água”.