Dos 52 projetos de lei selecionados para primeira edição do Parlamento Jovem Baiano, realizado pela Assembleia Legislativa da Bahia, em parceria com o Governo do Estado, 28 foram ao plenário para votação na quinta-feira (15). Desses, apenas um teve rejeição, o da substituição de livros por tablets nas escolas, mas sob manifestação favorável de parte dos estudantes.

Os ‘jovens parlamentares’ – estudantes de escolas públicas e particulares, dos ensinos fundamental e médio – compareceram ao espaço com roupas formais e usaram a estratégia do argumento para defender e convencer os participantes sobre a importância das matérias nas diversas áreas, como educação, saúde, meio ambiente e esporte. O feirense Irion Martins, 12 anos, se destacou pela maturidade e desenvoltura, conquistando a aprovação de seu projeto por unanimidade.

Ele, que vê no Parlamento Jovem “um exercício para cidadania e democracia”, propôs a obrigatoriedade da implantação do serviço de orientação escolar por psicólogo em unidades da rede pública, com ampliação do atendimento à família do educando. Antes, as proposições foram debatidas nas comissões temáticas, como é de costume na Assembleia.

Durante dois dias de aprendizado, eles tiveram a oportunidade de vivenciar a jornada dos deputados estaduais. Na quarta (14), os jovens conheceram o regimento interno da Assembleia e elegeram a mesa diretora, iniciando os trabalhos.

O coordenador de Políticas de Juventude da Secretaria de Relações Institucionais do Estado (Cojuve/Serin), Vladimir Costa, participou da cerimônia de abertura e comemorou a concretização do projeto. “A política estadual de juventude foi deflagrada a partir de momentos como este, de protagonismo juvenil, como na primeira conferência voltada para o segmento no estado”.

Reforço da democracia 

No primeiro dia, foi apresentado ainda um panorama das Políticas Públicas de Juventude na Bahia, pelo coordenador adjunto da Cojuve, Marcos Pereira, e o papel do Conselho Estadual de Juventude (Cejuve). Para Anielson Santos, integrante do órgão consultivo, o Parlamento Jovem é uma forma de reforçar a democracia participativa. “Nada mais justo que trazer essa juventude para perto dessas práticas, como forma de estar inserindo-a na vida política do estado”.

Após a experiência, Géssica Silva, 15, disse ter outra visão da política e que “essa é uma oportunidade única para mostrar que o jovem também tem voz”. Seu projeto, que pretende auxiliar os estudantes do ensino médio na escolha da profissão, a partir de aulas e palestras com profissionais, também foi aprovado por unanimidade.

Segundo o deputado estadual Álvaro Gomes, que coordenou as atividades, todas as ideias podem ser aproveitadas de alguma forma. “Os projetos de lei apresentados serão analisados por nós [deputados], e a depender do debate, poderão ser transformados em leis efetivamente. Há algumas proposições que, coincidentemente, já existem em tramitação na Casa”.