Espaços coletivos de inclusão socioprodutiva, as Lavanderias Comunitárias administradas pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes), totalizam oito unidades distribuídas em bairros de Salvador. As lavanderias foram criadas na década de 1950 e beneficiam 100 lavadeiras autônomas.

A estrutura física e materiais básicos para as atividades, como água, energia, sabão e equipamentos domésticos (ferro elétrico e tábua de passar) são disponibilizados pela secretaria. A Coordenação de Ações Intersetoriais (Cais) realiza o cadastro das lavadeiras, que são indicadas pelas colegas de profissão das unidades.

Para o coordenador de Ações Intersetoriais, Osmário Santos, o Estado é o agente propulsor das políticas públicas, direcionadas à emancipação socioeconômica de pessoas em situação de vulnerabilidade e risco social. “As lavadeiras desempenham papel de protagonismo no auxílio ao sustento de suas famílias”.

Com clientela fixa, as lavanderias recebem peças de pessoas físicas e jurídicas, entre roupas, cama, mesa e banho. Segundo Jacira Ferreira, responsável pela Lavanderia Comunitária Julieta Calmon, no bairro da Boca do Rio, os clientes fazem a relação de peças a serem lavadas e entregam as sacolas ou trouxas, que são etiquetadas. O preço do serviço é tabelado em cada lavanderia e de acordo com o número ou tipo das peças.

Clientes

Dedicadas ao ofício, as lavadeiras em geral sustentam as famílias e têm na atividade a fonte de renda. Há mais de dez anos na unidade da Boca do Rio, Rosiane Santos lava, em média, 200 peças por semana e tem dez clientes fixos. “Consigo faturar em torno de R$ 600 por mês e ajudo nas despesas de casa”.

A colega de trabalho Marinalva Oliveira orgulha-se da profissão. Com experiência em lavanderia industrial, ela foi indicada para trabalhar na unidade há cinco anos. “Vivo basicamente do meu trabalho aqui, que é tudo pra mim”.

O consultor de vendas de turismo, Nilton Silva, entrega suas roupas para Marinalva Oliveira lavar há um ano e já foi cliente da unidade do Alto das Pombas. Para ele, o custo-benefício é válido, uma vez que personaliza o cuidado com as roupas e representa menos gastos em casa, com máquina de lavar e água.

“Em meu apartamento, não tenho tanto espaço para secar as roupas. Nas lavanderias, isso se torna mais fácil. O trabalho das lavadeiras é muito importante para a sociedade, pois o benefício é direto para elas e não para uma empresa”, disse.

Endereços

As lavanderias funcionam de segunda a sexta, das 8 às 18h, e sábado, das 8 às 14h, nos seguintes endereços: Lavanderia Aristides Novis (Avenida Vasco da Gama, Dique do Tororó), Lavanderia Cardeal da Silva (Rua Ana Lima Teixeira, Cosme de Farias), Lavanderia Julieta Calmon (Rua Orlando Moscoso, s/n, Boca do Rio), Lavanderia Nossa Senhora de Fátima (Rua Teixeira de Mendes – Alto das Pombas), Lavanderia Santa Luzia (Rua Almirante Alves Câmara, 112, Engenho Velho de Brotas), Lavanderia Santa Teresinha (Avenida Estrela, s/nº, Alto da Teresinha), Lavanderia Ribeiro dos Santos (Rua Voluntários da Pátria, 655, Lobato) e Lavanderia São Gonçalo (Avenida Cardeal da Silva, Engenho Velho da Federação).