A coreógrafa, professora e pesquisadora Lia Robatto coordena a ação ‘Processo Compartilhado’ neste sábado (7), a partir das 9h – sem hora definida para terminar -, no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), em Salvador. A atividade, que faz parte da programação ‘Alta Intensidade’, da 3ª Bienal da Bahia, em realização pela Secretaria da Cultura (Secult), reúne  bailarinos, músicos, poetas e artistas visuais.

Segundo Robatto, a iniciativa “é uma proposta de um encontro entre artistas com obra madura de diversas linguagens”, que terá duas etapas. Esta primeira acontece em um só dia. “Pinçando como inspiração o conceito de obra aberta de Humberto Eco, a ideia é provocar para que os artistas possam interagir. Metros e metros de panos de stretch moldável, elásticos e outros elementos serão disponibilizados para os participantes. A expectativa não é gerar necessariamente um produto final, mas sim tirar os autores do isolamento abrindo para perspectivas diversas”.

A segunda etapa, em julho, será aberta à participação do público, especialmente de estudantes de artes, dança, teatro, música. “Nesta etapa, vou fazer um trabalho mais regular, contínuo, com mais encontros”, explica a coordenadora. As inscrições para este momento posterior à Copa do Mundo Fifa Brasil 2014 serão abertas pelo site da Bienal.

Soma de expressões

Lia Robatto compõe o grupo de artistas reunido para colaborar com a 3ª Bienal da Bahia, discutindo o processo de realização do evento, depois de 46 anos de lacuna, após censura militar à segunda edição do evento. “Acho o retorno da Bienal importantíssimo para a Bahia. Arte não se faz atrás da porta. É pra ser exposta. Enquanto não se troca com o expectador, não se tem o feedback, o artista precisa do retorno”. Segundo ainda a coreógrafa, “cultura é soma de diversas expressões e o universo simbólico individual é positivamente contaminado pelos universos dos outros. Uma Bienal abre portas e janelas para outras perspectivas”.