As vendas no comércio varejista da Bahia se apresentam, no mês de abril, em ritmo de crescimento reduzido. O volume de vendas expandiu 3,6% no mês abril de 2014, em relação a igual mês do ano de 2013, ocupando a vigésima terceira posição em relação às demais unidades federativas. Na análise sazonal, o varejo na Bahia variou negativamente em 3%, inferior à taxa de março, que recuou 0,5%. Os dados foram apurados pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC/IBGE) e analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento.

O ritmo de crescimento moderado do varejo baiano se justifica em função do movimento realizado pela Polícia Militar da Bahia, que paralisou suas atividades por três dias. A despeito da curta duração do movimento, esse período foi suficiente para comprometer as vendas referentes à comemoração da Semana Santa que – neste ano ocorreu no mês de abril – já que muitos consumidores receosos desistiram de viajar para aproveitar o feriado.
Resultados

Cinco dos oito ramos de atividade que compõem o indicador apresentaram resultados positivos. Listados pelo grau de magnitude das taxas em ordem decrescente, têm-se: outros artigos de uso pessoal e doméstico (18,9%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (11,6%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (7,8%); livros, jornais, revistas e papelaria (2,2%); móveis e eletrodomésticos (1,0%).

Registraram comportamento negativo: combustíveis e lubrificantes (3,0%); tecidos, vestuário e calçados (6,8%); equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-15,4%). Para o subgrupo de super e hipermercados, o resultado apurado foi positivo em 8,4%, juntamente com o de eletrodomésticos (4,2%). Já o de móveis registrou desempenho negativo (-2,8%).

Impulsionamento das vendas

O segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo foi o maior impulsionador das vendas no comércio varejista da Bahia. Segmento de maior peso para o Indicador de Volume de Vendas do Comércio Varejista, a atividade foi favorecida pelas compras dos produtos típicos da comemoração da Semana Santa e da Páscoa.

O segundo maior impulsionador das vendas na Bahia, em abril, foi o segmento de outros artigos de uso pessoal e doméstico, com a taxa de 18,9%. O aquecimento nos negócios é resultado da evolução positiva da massa de salários e das facilidades nas compras com cartão de crédito, apesar da paralisação dos policiais prejudicarem as vendas dos ovos da Páscoa para os consumidores que deixaram as suas compras para última hora.

A terceira maior contribuição veio do segmento artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos. O aquecimento nos negócios realizados no segmento continua sendo explicado pela evolução positiva da massa de salários, bem como ao caráter de uso essencial dos produtos do ramo, além do comportamento dos preços desses produtos, de acordo com o IBGE, se situarem abaixo da média de 3,9% em 12 meses até abril de 2014, contra 6,3% do índice geral, segundo dados do IPCA.

Por outro lado, o principal impacto negativo para o varejo baiano veio do segmento de combustíveis e lubrificantes. A explicação para esse comportamento pode ser atribuída à paralisação dos policiais no estado, pois em função desse movimento, as pessoas desistiram de viajar para passar o feriado da Semana Santa no interior.

Comportamento do comércio varejista ampliado

O comércio varejista ampliado, que inclui o varejo e mais as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, apresentou em abril um suave crescimento de 0,5% nas vendas. Nos últimos 12 meses, a expansão no volume de negócios foi de 2,5%.

O segmento de veículos, motos, partes e peças voltou a registrar variação negativa (-3,4%), em relação a igual mês do ano anterior. A queda nas vendas reflete a retirada dos incentivos via redução de IPI para veículos novos, bem como do menor ritmo de crescimento do crédito, segundo dados do Banco Central. No que tange ao segmento material de construção, este apresentou em abril recuo de 10,0% nas vendas em relação a igual mês do ano passado. Apesar da variação negativa, as vendas no ramo continuam sendo incentivadas pelas condições favoráveis do crédito habitacional, como o aumento do limite do uso do FGTS para financiamentos imobiliários, somado ao programa governamental “Minha Casa Minha Vida”, além da redução do IPI para alguns produtos do setor.