A 3ª Bienal da Bahia, uma iniciativa da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult-Ba), inaugura a partir desta quarta-feira (16) uma nova etapa, mantendo a programação diversificada com exposições, oficinas, debates e projetos especiais envolvendo artistas de renome nacional e internacional em diferentes espaços da cidade. Vale lembrar que, em função dos feriados e jogos que marcaram o período, a Bienal deixou de estrear novas mostras, mas manteve aberta ao público toda a programação iniciada no dia 29 de maio, continuando em cartaz até o dia 7 de setembro.

Entre as novas aberturas, são destaques as exposições de três mestres baianos cujas obras e trajetórias transcendem limites regionais e nacionais: Juarez Paraíso, Rogério Duarte e Juraci Dórea, que, assim como Edinízio Primo e Dicinho (expostos no Museu Carlos Costa Pinto), são parte de uma geração de artistas que se manteve alijada do mercado, e que só agora começam a despertar o interesse do circuito global das artes.

Outras linguagens

Com um formato que foge do circuito tradicional baseado apenas em exposições, a Bienal, também nesta segunda etapa, inclina-se para a integração entre as linguagens, o debate e a abertura para participação do público. Nesse sentido, as propostas surgem aglutinadas por temáticas ou universos, desdobrando-se em ações, intervenções e/ou exposições. Dentro dessa proposta, o Museu Imaginário do Nordeste ganha novas ações que ocupam espaços como Galeria Acbeu, Solar Ferrão, Palacete das Artes, Museu Náutico, Museu Costa Pinto e Museu de Arte Sacra.

O módulo Arquivo e Ficção traz a exposição Arquivo Etnográfico Estácio de Lima, que propõe intervenções artísticas a partir da questão central da Bienal: ‘É tudo Nordeste?’. Com curadoria de Ana Pato, a ação ocupará o Arquivo Público do Estado, na Baixa de Quintas, e terá início no dia 17 de julho, criando uma linha de intersecção entre os profissionais da memória (arquivistas, bibliotecários, museólogos, etc) e artistas da criação visual, entre eles Eustáquio Neves (MG), Omar Salomão (RJ), Ícaro Lira (CE), Rodrigo Matheus (SP), Gaio (BA), Paulo Bruscky (PE), José Rufino (PB), Maria Magdalena Campos-Pons (Cuba), Paulo Nazareth (MG) e Giselle Beiguelman (SP).

Performances, instalações, intervenções artísticas, mostras de vídeo, ciclos de cinema, encontros e seminários compõem a estrutura Noturnas. A segunda temporada também retoma o Cinema Yemanjá, seleção de filmes relacionados ao tema da 3ª Bienal – É Tudo Nordeste?, exibidos em um amplo circuito de cineclubes de Salvador e do interior. Paralelamente, a Bienal traz também uma mostra de filmes dedicados a dois autores particulares: a francesa Agnès Varda e o chileno Alejandro Jodorowsky.