Durante os anos da ditadura militar no Brasil, artistas nordestinos produziram muitos trabalhos que nunca tiveram o reconhecimento público. Autores foram silenciados e obras censuradas ou guardadas. Este acervo marginal é investigado durante a 3ª Bienal da Bahia pelo Museu Imaginário do Nordeste.

A abertura da mostra ‘Departamento Peba e Cia. Seção: Tropicalidades-, que no título faz referência ao elo entre criadores de Pernambuco e Bahia, acontece neste sábado (19), às 19h, na Sala Contemporânea do Palacete das Artes, no bairro da Graça, em Salvador. A exposição prossegue até o dia 7 de setembro deste ano, no encerramento da Bienal, que é uma realização da Secretaria da Cultura do Estado (Secult).

É do tropicalista pernambucano Jomard Muniz de Britto, formado em filosofia e aposentado aos 27 anos pelo golpe militar de 1964, o conceito bem humorado do Peba, invenção criativa da virada das décadas de 1960/70 e que atrela os estados de Pernambuco e Bahia.

Ele enxerga além das rivalidades provinciais entre os dois estados e convida aos “arquivos da marginália, da margem da terceira, da quarta, da quinta margem de todos os rios e mais rios pernambucanos e baianos”. Britto é realizador do Super 8 ‘Mito e Contramito da Família Pernambucanobaiana’ (1974), exibido na abertura da Bienal no Casarão do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), como parte da exposição itinerante No Litoral é Assim.

Além de Jomard Britto, o Departamento Peba reúne criadores de vários estados da região nordestina – Daniel Santiago e Paulo Bruscky (PE), Torquato Neto e Willyams Martins (PI), Vauluizo Bezerra, Almandrade,Renato da Silveira, Marcia Magno, Dicinho, Edinízio Ribeiro Primo, Luiz Jasmin, Gilson Rodrigues, Gilson Barbosa, Babalu , Sônia Rangel, Grupo Posição, Tuti Minervino, Zu Campos, Marepe, Rogério Duarte, Louco, Anísio de Carvalho, Ramiro Bernabó, Marcia Magno (BA), Luciano Figueiredo Wally Salomão (CE/BA), Martha Araújo (AL), Chico Dantas (PB), Claudio Costa (MA) e Hélio Oiticica (RJ).