Das performances no intervalo das aulas, veio a oportunidade de Josenildo Almeida conhecer a fundo uma emissora de rádio. O estudante de 16 anos, que sonha em ser um rapper famoso, hoje comanda a emissora instalada no Colégio Estadual Luís Rogério de Sousa, no bairro de Plataforma, no Subúrbio Ferroviário de Salvador. Há quatro anos no projeto, ele aprendeu mais do que podia imaginar. ”Aprendi a fazer pauta, a como usar minha voz. Deixei minha timidez de lado. Ganhei muita experiência. Hoje sou conhecido aqui [na escola] como locutor”.

Fundada em 2009, a rádio escolar faz parte do projeto Plantando Paz, desenvolvido por professores e alunos da instituição de ensino há sete anos. O investimento para a concretização do canal de comunicação da escola foi feito pelo Ministério da Educação em parceria com o Governo do Estado. Aproximadamente, R$ 200 mil possibilitaram a compra dos equipamentos e o tratamento acústico em um banheiro que virou estúdio. A emissora é uma estratégia para um intercâmbio de conhecimentos.

“A comunicação é fundamental. Se você tem uma comunicação eficaz e freqüente consegue propagar mais longe as ideias, os conhecimentos que você traz. Participando e ouvindo a rádio, os meninos vão absorver as informações através dessa comunicação”, afirma o diretor do colégio, Wellington Pires, exemplificando que “o professor chega na sala de aula e explica o que é advérbio. Depois, os alunos vão ter a tarefa de identificar advérbios no texto de rádio. Dessa forma, os estudantes se sentem incentivados a aprender mais”.

Liberdade

Ao todo são cerca de dez integrantes responsáveis por elaborar e divulgar as informações. Na rádio escolar, os alunos têm liberdade de escolher a programação que vai ao ar duas vezes por dia, uma em cada turno. O conteúdo transmitido envolve esportes, curiosidades e entretenimento. Um dos programas mais esperados é o Top5, apresentado pela estudante Liliane dos Santos, do segundo ano do ensino médio.

”É um programa com cinco músicas votadas pelos colegas aqui da escola através da nossa fanpage. Na internet, eles escolhem e a gente atende aos pedidos. Essa é uma das formas de interatividade tanto entre a gente [alunos e professores] quanto com as comunidades mais próximas”, diz Liliane.

O sucesso nas transmissões é reconhecido entre estudantes e profissionais. Até quem não participa dos programas direto da cabine sabe da importância da emissora. ”A rádio é a forma que o colégio tem de informar a sociedade. Nem todas as escolas contam com uma rádio. Nós somos privilegiados por poder ter músicas e informação principalmente durante o intervalo”, conclui David Patrick, 17 anos, que no final de 2014 vai prestar vestibular.