Uma reunião de avaliação final do Projeto de Comunidades Remanescentes de Quilombos (Projeto Quilombolas), realizada por técnicos do Banco Mundial (Bird) este mês, em Fortaleza-CE, consolidou a Bahia como estado de referência na execução de ações para melhoria da qualidade de vida das comunidades quilombolas.

Participaram do encontro o especialista em Desenvolvimento Social Sênior do Bird, Alberto Costa, o coordenador do Projeto Quilombolas, da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), Antônio Fernando Silva, e o técnico da CAR, Jorge Andrade.

“Tivemos avaliação positiva porque o Projeto Quilombolas ultrapassou as metas estabelecidas com a formação e consolidação de associações quilombolas e conselhos territoriais, e atendimento a mais de cinco mil famílias e 120 comunidades, número maior do que o previsto”, disse o coordenador do projeto.

Segundo ele, somente neste mês, o projeto concluiu o curso de manutenção e informática básica, uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Participaram da capacitação representantes quilombolas dos dez territórios de identidade trabalhados, totalizando 114 pessoas.

As ações também incluíram, entre outras iniciativas, entrega de computadores para implantação de 29 pontos digitais na Bahia, elaboração de 59 diagnósticos participativos e de 38 planos de desenvolvimento.

Fortalecimento

Para o coordenador do projeto da CAR, que é vinculada à Secretaria de Desenvolvimento e Integração Regional (Sedir), o fortalecimento das organizações quilombolas e o acesso às políticas públicas estaduais e federais, aliado ao expressivo aumento do nível de participação das comunidades, foram imprescindíveis para o êxito das ações.

Segundo ele, o objetivo da reunião em Fortaleza foi avaliar o desenvolvimento dos projetos na Bahia, Pernambuco e Ceará. “Essa uma supervisão do Bird. O encerramento do Projeto Quilombolas da Bahia ocorre neste mês. Cada estado realizará seu encontro, quando será evidenciado o desempenho junto às comunidades”. Antônio Fernando Silva afirmou que existe a expectativa, não só do Bird, mas principalmente das representações quilombolas de que haja continuidade das ações.

Avanços

Conforme o relatório da coordenação do Projeto Quilombolas, foram construídos seis centros multiuso e requalificada mais uma unidade. Mais de cinco mil famílias e 120 comunidades foram atendidas nos territórios do Baixo Sul, Litoral Sul, Chapada Diamantina, Extremo Sul, Irecê, Piemonte Norte de Itapicuru, Recôncavo, Sertão Produtivo, Velho Chico e Vitória da Conquista.

Entre os avanços se destacam a criação de oito conselhos e 28 associações. Também foram elaborados 173 projetos, dos quais 33 já se encontram com recursos aprovados. Os indicadores de desempenho sinalizam que as organizações se mostraram fortalecidas, operantes e representativas.

O Projeto Quilombolas, iniciado em 2009, foi criado com o objetivo de financiar ações voltadas para comunidades remanescentes de quilombos na Bahia, Ceará e Pernambuco. Os recursos são doados pelo Fundo do Desenvolvimento Social do Governo do Japão, por meio do Banco Mundial, no valor total de US$ 877,6 mil somente na Bahia.