A Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (Hemoba) atende mensalmente 4.200 pacientes, em Salvador, com anemia falciforme – doença hereditária caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue -, que se deslocam de várias cidades do estado. A maioria (50%) é de crianças e o teste do ‘pezinho’ tem sido a principal maneira de detectar a doença.

Na Bahia, três centros são capacitados a receber pacientes com a enfermidade – a Hemoba, o Hospital das Clínicas, que atendem adultos e crianças, e a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) Salvador, onde é realizado o teste do pezinho.

O tratamento e o acompanhamento são feitos na capital baiana, no centro coordenador da Hemoba, situado na Avenida Vasco da Gama, s/n, próximo ao Hospital Geral do Estado (HGE), por hematologistas. O paciente deve comparecer com a documentação necessária, incluindo o encaminhamento do médico que realizou o diagnóstico. Crianças e adultos são orientados a usar o medicamento Hidroxiureia, fornecido pela assistência farmacêutica, por meio do Serviço de Farmácia da Fundação Hemoba.

O uso de remédios e vacinas especiais, além de outros métodos terapêuticos, são indicados por profissionais. Uma vez diagnosticada a doença, o paciente deve iniciar o tratamento o mais rápido possível, diminuindo complicações e amenizando as crises de dor, principal manifestação da enfermidade.

Alteração dos glóbulos

A doença passa dos pais aos filhos e se caracteriza pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, tornando-os parecidos com uma foice, daí o nome falciforme. Essas células têm a membrana alterada e se rompem mais facilmente, causando anemia.

A hemoglobina, que transporta o oxigênio e dá a cor aos glóbulos vermelhos é essencial para a saúde de todos os órgãos do corpo. Essa condição é mais comum em pessoas negras. No Brasil, principalmente na Bahia, a doença se manifesta em cerca de 8% dos negros, mas, devido à intensa miscigenação historicamente ocorrida, pode ser observada também em pessoas de raça branca ou parda.