Os efetivos das polícias Civil e Militar deslocados para a cidade de Amargosa, no Recôncavo, não têm data para deixar o município. A informação é do secretário da Segurança Pública, Maurício Teles Barbosa, que, na companhia do delegado-geral da Polícia Civil, Hélio Jorge, e do comandante-geral da PM, coronel Alfredo Castro, acompanhou nesta quinta-feira (17) as ações empreendidas para restabelecer a tranquilidade na comunidade. Cem policiais vão permanecer na região.

O secretário informou também que a Delegacia Territorial (DT) de Amargosa receberá um reforço no efetivo de seis investigadores, e a Companhia da Polícia Militar terá mais 16 soldados.

Dos 14 presos que estavam na carceragem da unidade, libertados por homens armados, dois foram recapturados algumas horas depois e três se apresentaram espontaneamente à polícia, na tarde desta quinta-feira (17).

Os mesmos homens armados teriam incendiado 18 veículos, entre os quais um ônibus e um caminhão. Três carros foram danificados na região central da cidade e os demais estavam estacionados nas proximidades da delegacia. A perícia estima que 40 motocicletas, resultado de apreensões, foram queimadas no pátio da unidade policial.

O prédio que abrigava a delegacia ficou destruído e há risco de desabamento. O diretor do Departamento de Polícia do Interior (Depin), delegado Moisés Dasmaceno, informou que um novo local será definido para o funcionamento provisório da unidade. A Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) já iniciou a reforma do prédio e a estimativa é que os serviços sejam concluídos em cerca de um mês.

“A criação de uma Companhia Independente da PM está em discussão na Assembleia Legislativa e, se aprovada, irá melhorar os serviços prestados na cidade”, ressaltou o secretário.

Vandalismo

O incêndio e a invasão da unidade ocorreram em meio a um protesto realizado por familiares de uma criança que acabou morrendo após ter sido baleada durante confronto entre policiais e um traficante, no bairro Catiara, na cidade. Solidário com a dor dos familiares da vítima, Maurício Teles garantiu que cobrará urgência na apuração dos fatos e responsabilização dos culpados pelo crime.

Um grupo formado por homens armados e encapuzados se infiltrou na multidão e iniciou os atos de vandalismo. A polícia apura a informação de que o grupo era formado por traficantes que aproveitaram a confusão para libertar um comparsa custodiado na carceragem da delegacia.