O Governo da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura (Secult) e o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), inaugura nesta sexta-feira (15), às 9h, no município de Cachoeira, no Recôncavo, as obras de reforma e adaptação do Centro Cultural da Irmandade da Boa Morte, integrando as homenagens a Nossa Senhora da Boa Morte. No mesmo dia será feita a entrega pública do livro bilíngue (inglês e português) sobre a secular Festa da Boa Morte, registrada desde 2010 como ‘Patrimônio Cultural da Bahia’.

Nas obras de restauro na sede, realizadas durante cerca de um ano, foram investidos R$ 848,9 mil, com recursos do Tesouro Estadual. "A intenção foi criar um centro cultural voltado para a pesquisa, a documentação, a preservação e a divulgação da cultura negra e, em especial, da Irmandade da Boa Morte", explica o secretário de Cultura, Albino Rubim.

Segundo ele, os imóveis compõem a irmandade e foram restaurados com melhoria na distribuição e valorização dos espaços. "As intervenções incluíram ações estruturais, com demolições e realização de novas construções, mas também de serviços como climatização (térreo e primeiro pavimento) e renovação completa das instalações elétricas e hidrossanitárias", enfatiza a diretora geral do Ipac, Elisabete Gándara.

Também foram realizadas a imunização total das madeiras, a pavimentação da garagem com piso de alta resistência e a substituição dos pisos da cozinha, copas e sanitários e instalado elevador, além de construída uma drenagem adequada para as águas provenientes das rochas no interior da capela. Os serviços contemplaram igualmente a restauração de esquadrias de todas as janelas dos imóveis, recuperação total da cobertura e a pintura interna e externa.

Bens culturais protegidos

Os imóveis da Boa Morte estão na poligonal de tombamento federal como ‘Patrimônio Cultural do Brasil’, integrando o Conjunto Arquitetônico e Paisagístico de Cachoeira, via Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do Ministério da Cultura (MinC).

"A cidade tinha sido beneficiada pelo Programa Monumenta do Iphan/MinC, executado pelo governo estadual, por meio do Ipac/Secult e Fundação Hansen, que, juntamente com as cidades de São Félix e Lençóis, absorveu mais de R$ 38 milhões em investimentos", diz Elisabete Gándara. A partir do registro da festa como patrimônio cultural foram produzidos livro – com base no dossiê de proteção – e um vídeodocumentário sobre o evento. Mais informações estão disponíveis no site.