Modelo de PPP do Hospital do Subúrbio será referência para Ministério da Defesa

Com o objetivo de adquirir expertise para a elaboração de projetos de construção de dois hospitais das Forças Armadas – um em Brasília (DF) e outro em Manaus (AM) -, representantes do Ministério da Defesa estão avaliando o modelo adotado no Hospital do Subúrbio (HS), em Salvador. Primeira do Brasil construída e operada via Parceria Público-Privada (PPP), a unidade está se afirmando como referência internacional. Em 2012, foi considerada uma das iniciativas mais inovadoras do mundo pela conceituada consultoria KPMG.

Acompanhado por oficiais das Forças Armadas envolvidos com os projetos dos novos hospitais, o secretário geral do Ministério da Defesa, Ari Matos Cardoso, esteve em Salvador, recentemente, para visitar a unidade baiana e conhecer as principais características da modelagem do contrato. O modelo também foi discutido com a coordenação da Secretaria Executiva de PPP da Bahia, vinculada à Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz-BA).

No Hospital do Subúrbio, os representantes do Ministério da Defesa foram recebidos pela coordenadora da Comissão de Acompanhamento e Gestão do HS, da Secretaria da Saúde (Sesab), Yumi Wakabayashi; coordenador da Secretaria Executiva de PPP na Bahia, Rogério Princhak; Jorge Oliveira, diretor-presidente da Prodal Saúde, concessionária responsável pela gestão do Hospital do Subúrbio; e general Artur Moura, comandante da 6ª Região Militar, de Salvador.

Segundo Ari Cardoso, a impressão da visita foi a melhor possível. “Colhemos importantes informações para idealizarmos o projeto de PPP para hospital das Forças Armadas, que deverá realizar principalmente atendimentos de média e alta complexidade, assim como acontece no Hospital do Subúrbio”, explicou.

Primeira experiência no país

O HS, que é o primeiro hospital público do Brasil viabilizado por meio de PPP, iniciou o atendimento à população em setembro de 2010. A unidade beneficia cerca de um milhão de habitantes de todo o subúrbio, além de outros bairros de Salvador e região metropolitana. O hospital tem 373 leitos e se destina ao atendimento de alta complexidade para crianças e adultos, especificamente urgências e emergências clínicas, cirúrgicas e traumato-ortopédicas. Inclui ainda neurocirurgia e endoscopia digestiva, centro de bioimagem com tomógrafo, ultrassonografia e ressonância magnética, entre outros serviços.

O governo baiano desenvolve outras ações de PPP na área de saúde. A mais recente é a de Diagnóstico por Imagem (Telemedicina), que visa modernizar o serviço nos hospitais ligados ao Estado, vencida na última semana pelo consórcio AFP, que reúne as empresas Alliar, Fidi e Phillips. Outro contrato é o do Instituto Couto Maia, em Salvador, voltado para doenças infecciosas, com obras em andamento. Iniciadas em 2007, as operações via PPP na Bahia incluem também o Emissário Submarino de Jaguaribe, a Arena Fonte Nova e o Metrô Salvador-Lauro de Freitas.

Desempenho aprovado

A coordenadora da Comissão de Acompanhamento e Gestão do Hospital do Subúrbio, Yumi Wakabayashi, enfatizou que o interesse das Forças Armadas em conhecer o Hospital do Subúrbio se deve ao fato da Bahia sediar uma instituição de excelência, pioneira na modalidade de PPP em saúde no Brasil e reconhecida, inclusive internacionalmente, pelo projeto inovador. “O modelo de gestão utilizado no HS contribui de muitas maneiras para o desenvolvimento de projetos como estes, não só das Forças Armadas, mas de outros órgãos que já visitaram a instituição ao longo da sua operação”.

Já o coordenador da Secretaria Executiva de PPP na Bahia, Rogério Princhak, destacou, entre os diferenciais do Hospital do Subúrbio, “a qualidade do serviço oferecido, atestada por indicadores de desempenho, e o alto grau de comprometimento da equipe médica”. Entre os indicadores de resultado, destaque para o baixo custo dos leitos, que chegam a ser 17% mais baratos do que os de outras unidades do sistema público de saúde, como os hospitais gerais do Estado (GHE) e Roberto Santos. “O HS também registra baixo índice de mortalidade e menor tempo de permanência dos pacientes. Além disso, temos um processo transparente auditado”.

Ainda segundo Princhak, a equipe de PPP baiana tem se aproximado cada vez mais de outros órgãos para trocar experiências e conhecer novas práticas. “Realizamos, em 2013, palestras sobre PPP nos quartéis generais de Brasília e de Manaus. Fomos no mês passado à Colômbia apresentar o projeto do Hospital do Subúrbio e, em maio deste ano, participamos de um evento internacional sobre PPP, em Londres”.