A equipe da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), vinculada à Secretaria de Agricultura da Bahia (Seagri), já está no Vale do São Francisco, atuando no combate à Mosca-das-frutas (Ceratitis capitata). Desde o início do mês, todos os engenheiros agrônomos da agência, distribuídos pelo interior do estado, foram mobilizados para a região norte, para monitorar e fiscalizar os produtores sobre as medidas fitossanitárias do plano emergencial de combate à praga, que vem infestando as culturas de manga, uva, acerola e goiaba – principais hospedeiros das moscas.

A coordenadora do Projeto Estadual de Controle de Moscas-das-Frutas, Rita de Cássia Oliveira, explica que, nesta terça-feira (16), será iniciada uma atividade com os produtores dos distritos de Curaçá, Mandacarú, Tourão, Maniçoba e Salitre, do Submédio São Francisco, contemplados pelo plano denominado “Por um Vale sem Mosca-das-frutas”. A Adab irá orientar sobre as medidas no combate à praga, que envolvem o manejo cultural, com a realização periódica de podas de aeração, manutenção da área da propriedade limpa e sem a presença de frutos caídos no solo, além da catação de frutos em estágio avançado de maturação, com posterior destruição.

“Vamos visitar cada pomar para fiscalizar se as medidas de controle químico e cultural estão sendo aplicadas e orientar os produtores sobre a necessidade de se cumprir as exigências do plano com cartilhas informativas, desenvolvendo um trabalho educativo sanitário, no sentido de, inicialmente, reduzir a população do inseto nos pomares. Os produtores precisam evitar o plantio ou a manutenção de plantas hospedeiras desses insetos próximos nas áreas de produção comercial de frutas”, informa a coordenadora.

Para o diretor de Defesa Sanitária Vegetal da Agência, Armando Sá, o produtor precisa assimilar que não pode mais deixar de fazer a sua parte e o cumprimento dos procedimentos técnicos só trazem benefícios à cadeia produtiva. “O ganho é para o produtor, que vai colocar um produto brasileiro de qualidade no mercado internacional, para o consumidor que terá a garantia de uma fruta saudável em sua mesa, e para a Adab, que cumpre com o seu papel de defesa agropecuária na Bahia”, complementa Sá, lembrando que a região é o primeiro pólo de produção de frutas do estado, com 45 mil hectares cultivados, e é responsável por 98% das exportações de uva e 92% das exportações de manga do país.

A praga

As Moscas-das-frutas são as principais pragas das fruteiras, pois depreciam os frutos e restringem a comercialização para o mercado externo. As espécies de importância econômica no Vale do São Francisco são: a Ceratitis capitata e a Anastrepha.

A Ceratitis capitata foi detectada no Brasil em 1901 e, desde então, se expandiu por todos os estados. É uma praga primária cujo efeito ocorre quando as fêmeas depositam os ovos nos frutos e as larvas se alimentam da polpa provocando um apodrecimento interno. Podem infestar até 300 espécies de vegetais, inclusive as culturas de manga, uva, goiaba e acerola. Sua importância econômica deve-se aos danos diretos à produção e às exigências quarentenárias por parte dos países importadores.