Cinco nascentes foram as primeiras beneficiadas pelo Programa de Proteção de Nascentes, da Empresa Baiana de Abastecimento Agrícola (EBDA), vinculada à Secretaria Estadual da Agricultura (Seagri). O objetivo do programa é preservar os 23 rios que cortam os municípios baianos de Utinga e Wagner, incluindo a nascente do Rio Utinga, o maior da região.

O trabalho da EBDA consiste, inicialmente, em fazer o georreferenciamento das nascentes, levantamento da vegetação, fornecimento de mudas de espécies florestais e frutíferas para plantio na região, além do cadastramento das propriedades das famílias de agricultores que moram próximos às nascentes. A partir daí, a empresa disponibiliza kits de proteção das áreas que compõem as nascentes a fim de evitar a poluição dos mananciais.

De acordo com o chefe da Estação Experimental de Utinga, Itamar Monteiro, é possível preservar os rios e garantir água de qualidade com esta iniciativa. “O resultado do programa é imediato. Consiste basicamente em se isolar uma área num raio de 50 metros, distância recomendada pelo código florestal brasileiro, e fazer, a cada seis meses, o acompanhamento da recuperação da vegetação”.

Abastecimento de Salvador

O Rio Utinga compõe a bacia hidrográfica que abrange uma área de aproximadamente 3 mil quilômetros quadrados. “A importância do Rio Utinga é significativa, por ser um dos maiores mantenedores da Bacia do Rio Paraguaçu, que representa algo em torno de 60% da água da capital, Salvador”, salientou Monteiro.

O programa de Proteção de Nascentes conta com a parceria da Prefeitura de Utinga, por meio da Secretaria do Meio Ambiente, e faz parte do Programa de Quintais Agroflorestais (PQA), que tem como objetivo transformar áreas, dentro de propriedades, em espaços agroflorestais resistentes às intempéries climáticas, garantindo assim a segurança alimentar e a geração de renda para os beneficiários do programa.

Levando em consideração as famílias que moram próximas às nascentes dos rios sob proteção do programa, a EBDA visa transformar essas pessoas em produtoras de água. A proposta é que estas famílias recebam uma bolsa auxílio para serem mantenedoras das ações do programa de Proteção de Nascentes. “Espera-se que, no desenvolvimento do programa, os produtores detentores, que não são donos das nascentes, sejam remunerados como produtores de água, da mesma forma que já está acontecendo nos estados de São Paulo e Minas Gerais”, informou Monteiro.