A Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), vinculada à Secretaria de Agricultura da Bahia (Seagri), realizou, de maio até a última sexta-feira (14),
uma grande operação que resultou na retirada de 4.528 animais de Áreas de Preservação Permanentes (APP) e de Reservas Legais no extremo sul do estado. O objetivo da ação foi coibir a atividade irregular na região. Criar animais soltos nessas áreas é crime contra a saúde pública, defesa sanitária e o meio ambiente.

“A criação de animais sem cadastro na Adab e sem controle sanitário é uma porta aberta às enfermidades de grande importância econômica, a exemplo da Febre Aftosa e Brucelose”, informou a coordenadora regional da Adab em Teixeira de Freitas, Millena Nascimento. Dos 12 criadores notificados na operação, apenas seis possuíam cadastro no órgão e estavam em dia com as vacinações, sendo três deles grandes criadores da região. Os que não tinham cadastro foram notificados para comparecerem ao escritório mais próximo e regularizar situação. Millena esclarece que todos foram alertados e, caso fossem reincidentes, estariam sujeitos ao encaminhamento dos animais ao abate sanitário previsto na lei.


A equipe da Adab lotada no Extremo Sul vem realizando trabalho educativo e de conscientização, juntamente com a entrega do comunicado de advertência, distribuindo material informativo. “Para notificar os criadores foi preciso apreender os animais em currais improvisados até que os donos comparecessem para a retirada. Tudo aconteceu com o apoio e parceria da Companhia Independente da Polícia de Proteção Ambiental de Porto Seguro (CIPPA), do Ministério Público e das empresas de celulose da região”, esclareceu o fiscal estadual agropecuário Epaminondas Peixoto, que acompanhou todas as ações.

Preservação da biodiversidade

O diretor de Defesa Sanitária Animal da Agência, Rui Leal, considerando a necessidade de preservar a biodiversidade, explica que a Adab também atua do âmbito da responsabilidade socioambiental. “Precisamos proteger as áreas de preservação permanente, garantir a proteção e recuperação do solo e das nascentes, além de assegurar a sanidade animal e o bem-estar dos homens”. Ele reforça que o pastoreio dos bovídeos impede a vegetação nativa de se recompor e consequentemente impede a recuperação do ecossistema nessas áreas. O pisoteio nas nascentes e margens dos riachos também diminui o fluxo de água e impedindo a recomposição da mata ciliar.

Durante os meses que perduraram a operação, dois caminhões carregados com animais sem Guia de Trânsito Animal (GTA) foram interceptados transitando nas proximidades dessas áreas de proteção ambiental. Os condutores foram notificados e liberados após apresentarem a guia.