Café da manhã comunitário, cortejo musical e diversas ações nas áreas de criação visual, teatro, dança e performance vão marcar, neste domingo (7), o encerramento oficial da 3ª Bienal da Bahia. Durante cerca de 100 dias, o evento mobilizou a cidade de Salvador e outros municípios baianos tendo programação focada em diferentes formas de diálogo com o público, estimulando novas linguagens artísticas e a busca de um formato fora do convencional.

A Bienal foi realizada pela Secretaria de Cultura (Secult), sob a coordenação do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), e as atividades finais estarão concentradas no Largo Dois de Julho, no Centro da cidade, a partir das 9h, quando começa o café da manhã coletivo. A proposta é que cada pessoa do público compareça à Vila Coração de Maria (Rua Democrata 12) levando a sua comida, num piquenique festivo.

A partir das 13h, têm início no Coreto do Largo Dois de Julho ações artísticas, com apresentação de grupos de teatro, música e performance. Finalmente, das 16h até à noite, as ruas do bairro serão palco do ‘Cortejazz – É Nordestino’, cortejo musical liderado pelo músico Ivan Huol, com participação de diversos outros músicos convidados, que brinca com a principal indagação/conceito feita pela Bienal ao longo dos três meses de realização. Os restaurantes e bares do bairro estarão também envolvidos na programação, sediando exibições de projetos visuais.

Resgate

A 3ª Bienal da Bahia promoveu a retomada de um dos mais importantes eventos artísticos já realizados em Salvador. O retorno ocorreu quase meio século depois da última edição do evento, interrompida bruscamente pela ditadura em 1968. Como acentuou na época do lançamento o curador-chefe Marcelo Rezende, “a Bienal propõe o resgate de sua história e memória, sem deixar de lado a necessidade de atualizar as intenções originais das primeiras edições do evento”.

De fato, isso aconteceu. Ocupando 47 espaços em Salvador, dos mais tradicionais aos mais inusitados, e enveredando por 22 outros municípios baianos, a 3ª Bienal da Bahia mobilizou 336 participantes (entre artistas e pessoas das mais diversas áreas do conhecimento, que interagiram em ações e debates artísticos), além de convidados de 22 países, que realizaram residência artística, projetos especiais e exposições.

Público de 80 mil pessoas 

Ao longo dos três meses de intensa programação (só reduzida em seus lançamentos e aberturas de mostras no período da Copa do Mundo), a Bienal conseguiu também seduzir o público. Contabilizando apenas os principais espaços de Salvador, como museus, galerias, igrejas, e as ações empreendidas no interior do estado, o evento teve um público médio de 80 mil pessoas.

O público teve a capacidade de absorver e participar ativamente de toda a programação, que foi muito além do circuito tradicional artístico baseado em exposições, distribuindo-se em encontros, palestras e atividades que proporcionam o debate sobre os diferentes modelos de bienais no Brasil e no mundo, estimulando o convívio entre as diversas linguagens artísticas, integrando espaços pouco convencionais.

Em seu projeto de curadoria, a terceira edição do evento propôs a discussão a partir de uma temática central – ‘É tudo Nordeste?’. Em torno desse tema, a bienal transcorreu como um processo vivo, incluindo exibições de filmes, performances, atividades educacionais e encontros/interações com artistas da Bahia, do Brasil e de diversos países. “É uma abordagem na qual qualquer expressão cultural e artística foi considerada e em diversas perspectivas, para além dos muros dos espaços institucionalizados”, afirma o diretor do MAM-BA. A programação completa e mais informações estão disponíveis no site da Bienal.