O terreiro Mansu Bantu Kenkuê de Inkinasamba, localizado no bairro de Pirajá, em Salvador, foi entregue pelo Governo do Estado, nesta terça-feira (9), após passar por obras de revitalização. A reforma é resultado do convênio realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Bahia (Sedur), em parceria com a Associação Cultural de Preservação do Patrimônio Bantu (Acbantu) e a Associação Brasileira de Preservação da Cultura Afro Ameríndia (AFA).

Para Marilda Ferreira, à frente do terreiro há 36 anos, o Projeto de Revitalização dos Territórios Culturais de Matrizes Africanas, do Governo do Estado, cumpre com o papel de reconhecimento histórico com o povo negro. “Devido às condições que o terreiro estava, não dava para apresentar nossa religião com dignidade. Esse foi o governo que se lembrou da gente”, contou. “O telhado estava perto de cair e o piso quebrado. Nossa segurança também estava ameaçada”, completou Marilda.

Segundo Adélia Andrade, assessora especial de Relações Institucionais da Sedur, o objetivo do projeto é atender às demandas históricas dos representantes das religiões de matrizes africanas, referentes à reforma e conservação destes importantes patrimônios culturais. “É um projeto pioneiro realizado pelo Governo do Estado, com a finalidade de reparar um erro histórico e dar mais visibilidade ao povo de santo”, disse.

São Bartolomeu

O secretário de Promoção da Igualdade Racial do Estado, Raimundo Nascimento, também reforçou o reconhecimento do Governo do Estado com a cultura de matrizes africanas e lembrou-se da obra de revitalização do Parque de São Bartolomeu, no Subúrbio Ferroviário.

“A Sedur e o Governo da Bahia também estão à frente desse projeto que faz parte da ancestralidade da cidade. Ao longo da trajetória da Bahia, esse parque foi abandonado e só agora está sendo reconhecido como mais um espaço para o povo de santo”, falou Nascimento.

O secretário lembrou ainda que “da mesma maneira que se reformam outros centros religiosos, terreiros também devem ser reformados com o mesmo respeito, independente de qual for”.