Fundado há 45 anos, o terreiro Ilê Axê Omin Ewa, localizado no bairro de Periperi, Subúrbio Ferroviário, passou pela primeira vez por obras de revitalização e foi entregue na quinta-feira (11), após o término das intervenções realizadas pelo Governo do Estado. A ação faz parte do convênio realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado (Sedur), em parceria com a Associação Cultural de Preservação do Patrimônio Bantu (Acbantu) e a Associação Brasileira de Preservação da Cultura Afro Ameríndia (AFA).

A solenidade foi realizada no mesmo dia do aniversário de Elza Bahia de Araújo, fundadora do terreiro. “Ninguém sabe o que passei para construir esse lugar e só agora tivemos o apoio do Estado”, falou a mãe de santo, que completou 92 anos. “A reforma melhorou bastante o espaço. Foi um grande presente para mim”, completou.

Problemas de infraestrutura

Os problemas no terreiro, de acordo com o filho de Elza, Ronaldo Cesar Miranda, deixavam o lugar desconfortável e com problemas de infraestrutura. “Certa vez aconteceu um temporal e parte do telhado caiu no muro do vizinho. Também recebemos muitas visitas, como podíamos continuar com um lugar que não estava seguro para frequentar?”, disse Ronaldo.

Para o representante da Superintendência de Construções Administrativas da Bahia (Sucab), Celso Alonso, a participação dos moradores foi importante para o resultado. “Agradeço a todas as pessoas do terreiro que nos receberam e ajudaram a realizar essa importante obra. A continuação desse projeto vai ser fundamental para que possamos reformar todos os outros, pois essa é uma questão de necessidade e reconhecimento histórico”.

O filho de santo do terreiro do Gantois, Alcides Carvalho, falou da sua felicidade. “Nós, do Candomblé, celebramos a memória e esperamos que, assim como este atual Governo, que se lembrou deste terreiro e vem se lembrando de tantos outros, cada um preserve essa ação, pois destruir este terreiro, é destruir uma história”.